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Embaixador Chinês

20 Oct. 2021 Opinião

Este ano marca o 100.º aniversário da fundação do Partido Comunista da China. À luz da liderança do PCCh, a China construiu uma sociedade moderadamente próspera de forma geral e resolveu historicamente o problema da pobreza absoluta. Através da abertura contínua ao exterior, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, o maior país da produção industrial, o maior país de comércio de mercadorias e o maior país de reserva de divisas, com contributo superior a 30% para o crescimento econômico mundial ao longo dos anos correntes. A reforma e a abertura da China reduziram significativamente a pobreza do mundo.

Embaixador Chinês

De acordo com o livro branco intitulado ‘Sociedade Moderadamente Próspera na China’ recentemente publicado pelo governo chinês, ao longo dos últimos 40 anos, 770 milhões de pessoas carenciadas nas regiões rurais na China deixaram a pobreza de acordo com os actuais padrões. Conforme os padrões do Banco Mundial, a redução da pobreza da China representava mais de 70% da população global que deixou a pobreza durante o mesmo período. Isto significa que foi alcançado 10 anos antes do previsto o objectivo de redução da pobreza na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A pobreza é um dos maiores desafios para o desenvolvimento e a governança global. Sendo o maior país em desenvolvimento do mundo, a China há muito tempo enfrenta esse flagelo. Então, qual é o código de erradicação de pobreza da China?

Em primeiro lugar, seguir uma filosofia centrada nas pessoas. Como a erradicação da pobreza é uma das prioridades do Estado, essa agenda está sempre presente em planos de desenvolvimento a médio e longo prazos, a fim de assegurar a coerência das políticas e a estabilidade dos apoios financeiros. Há planos de acção em todas as esferas de governo, além de um completo mecanismo de concretização.

Segundo, adoptar estratégias objectivas e adequadas. Diferentemente do assistencialismo tradicional, a China adoptou uma abordagem por meio de promoção de desenvolvimento, com tácticas mais precisas para impulsionar a melhoria das condições de desenvolvimento das áreas pobres e elevar o nível de escolaridade e de qualificação laboral da população carente. Tendo em vista as diferenças regionais e demográficas, foram tomadas medidas bem direccionadas: desenvolvimento industrial, realocação da população de áreas inóspitas, compensação ambiental, melhoria da educação, treinamento vocacional e seguridade social.

Xinjiang, por exemplo, a maior região autônoma da China em extensão territorial, com 1.66 milhões de km² e em percentagem de população de minorias étnicas, tinha também vários bolsões de pobreza. Na região onde há maiores produtores de uva e melão, o governo local promove tecnologias de conservação e transformação para aumentar o valor agregado desses produtos. Também são oferecidos cursos de lapidação de jóias, aproveitando-se do recurso mineral de jade. Já nas áreas produtoras de algodão são difundidas técnicas têxteis e o manejo de colheitas mecanizadas. Nos últimos 60 anos, um total de 3.89 milhões de habitantes locais saíram da pobreza, o PIB per capita de Xinjiang aumentou quase 40 vezes e a esperança de vida subiu de 30 para 72 anos.

Terceiro, convergir esforços conjuntos. Para completar a meta de erradicar a pobreza, a China implementou um sistema abrangente, que conta com a participação do governo, da sociedade e do mercado. Por meio de incentivos tributários e outras políticas, promoveu o fluxo de talentos, capital e tecnologia de 342 localidades mais desenvolvidas do Leste para 570 destinos menos favorecidos no Oeste. Estimulou ainda empresas privadas, organizações sociais e indivíduos a contribuírem, conforme as suas vantagens, para a redução da pobreza por via da indústria, ciência e tecnologia, educação, cultura, saúde e consumo. Ao mesmo tempo, valendo-se da tecnologia digital, foram incentivadas novas formas de negócios, como comércio electrónico rural e ecoturismo, para motivar o empreendedorismo e a criatividade na população de baixa renda.

Quarto, promover a cooperação internacional. Desde a fundação da República Popular em 1949, a China disponibilizou mais de US 60 biliões para ajudar quase 170 países e organizações internacionais, implementou mais de 5 mil projectos de assistência externa, apoiando os países em desenvolvimento na implementação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milênio. O governo chinês criou o Fundo China-Nações Unidas para a Paz e o Desenvolvimento e o Fundo de Amparo à Cooperação Sul-Sul, impulsionando a concretização da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. A iniciativa chinesa ‘Cinturão e Rota’ também ajuda os países parceiros no combate à pobreza. O Banco Mundial prevê que parcerias no âmbito dessa iniciativa ajudarão a tirar 7,6 milhões de pessoas da pobreza extrema e 32 milhões da pobreza moderada.

Recentemente, o Presidente Chinês Xi Jinping propôs a Iniciativa de Desenvolvimento Global no debate geral da 76.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, apelando à aceleração da implementação da Agenda 2030 para um desenvolvimento global mais forte, mais verde e mais equilibrado e uma comunidade global de desenvolvimento com futuro compartilhado. A iniciativa, que não só se trata de um resumo da experiência do próprio desenvolvimento da China, mas também corresponde às necessidades do desenvolvimento dos outros países, é aberta a todo o mundo, e acolhe bem a adesão de todos os países, incluindo Angola.

África é bom irmão, bom amigo e bom parceiro da China. Para os países africanos, a China sempre presta elevada importância à partilha da sua experiência. Na base no respeito pelo direito dos povos a escolherem o seu próprio caminho de desenvolvimento, a China está disposta a trabalhar com Angola e os demais países para fortalecer o intercâmbio e a cooperação na redução da pobreza, unir forças para construir uma comunidade de futuro, compartilhado com vida digna e progresso comum.