O director executivo da Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute, prevê para Angola um “impacto muito grande” perante a decisão do Presidente dos Estados Unidos de suspender o fornecimento de medicamentos essenciais para o tratamento do VIH, malária e tuberculose, assim como de material médico para recém-nascidos, aos países apoiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

“De forma geral, o impacto vai ser muito grande, uma vez que os Estados Unidos têm estado a ajudar Angola em situações de segurança social, clima e na saúde, no ramo do HIV e da malária, através do fundo da USAID. Ou seja, há décadas que milhares de angolanos têm estado a beneficiar-se do tratamento e testes sobre a malária e HIV”, disse o representante da organização sem fins lucrativos em entrevista ao Washington d’Horas, da Voz de América. E estimou que, ano passado, os angolanos beneficiaram de mais de 23 milhões de dólares para o tratamento da malária e do HIV.

Sobre a ajuda alimentar, o Florindo Chivucute explicou que os Estados Unidos implementaram um programa para mitigar fome e a subnutrição em várias províncias do sul do país, em que se beneficiaram centenas de angolanos.

“Como Angola deixará de receber esses apoios, deve procurar-se soluções internas para que a ajuda aos angolanos, tanto na questão da luta contra a malária, como do HIV e da própria desnutrição, não parem”, alerta.  

Esta terça-feira, os fornecedores e parceiros que colaboram com a USAID começaram a receber notificações da administração Trump para suspenderem de imediato as suas actividades. A medida faz parte de um congelamento mais amplo da ajuda externa e do financiamento norte-americano, em vigor desde a tomada de posse de Donald Trump, a 20 de Janeiro.

A decisão tem um impacto directo nas organizações que prestam assistência a 6,5 milhões de órfãos e crianças vulneráveis ao VIH em 23 países, incluindo Angola.

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