Na maior favela da América Latina nasceu o movimento de orgulho negro
RESILIÊNCIA. Nasceu pobre. Enfrentou a violência e fintou a estatística brasileira que coloca a população de origem africana no ‘rés-do-chão’. Criou o Movimento Black Money que ajuda os afrodescendentes a vingar na vida, através do empreendedorismo e da formação. Hoje, é das negras mais influentes do mundo.
Brasil é ‘apenas’ o segundo país do mundo com a maior população negra – ou de origem africana – do mundo. Em números, só é superado pela Nigéria, o maior país africano em termos populacionais. Dados oficiais indicam que o país tem 52,8% de população de origem negra, ou seja, mais de 110 milhões de pessoas, numa população estimada de cerca de 206 milhões de pessoas. Estes números fazem do país um colosso mundial com direito a integrar as mais importantes organizações económicas do globo.
Apesar destes números impressionantes, os brasileiros, de origem africana, continuam a figurar nas listas dos mais pobres, dos menos escolarizados, dos mais discriminados e dos mais afectados pelos males da sociedade.
Na economia, a distância, para a população dita ‘branca’, ou seja, de origem europeia ainda é mais ‘gritante’. Os cargos de chefia são ocupados apenas por 5% de negros de origem. A mesma percentagem é também reflectida nos proprietários de empresas.
Foi este panorama sociológico que inspirou Marina (mais conhecida por Nina) Silva a criar o Movimento Black Money (MBM), em 2017. A organização está vocacionada sobretudo para os ‘afroempreendedores’, um neologismo que tenta resumir, numa única palavra, um empreendedor negro (ou pardo, como é também classificado no Brasil).
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