Há quase sete horas que as ruas de Luanda estão em caos, com confrontos entre populares e a Polícia de Intervenção Rápida e pilhagem em várias lojas. Há registo de feridos em resultado de disparos de arma de fogo e gás lacrimogéneo.

A paralisação dos taxistas de três dias iniciou nas primeiras horas da manhã em Luanda. Várias viaturas que insistiam em prestar o serviço de táxi em diferentes partes da capital foram vandalizadas por elementos desconhecidos, incluindo transportes públicos de passageiros. Nas principais avenidas, foram colocadas barricadas formadas por pneus em fogo e algumas estruturas metálicas. 
A situação saiu do controlo, as lojas e supermercados desde manhã sofrem pilhagens, principalmente as localizadas na avenida Pedro de Castro, Camama, Zangos e Calemba 2. Há em lojas, como por exemplo, do Arreiou e ‘Fresmart’ e da Unitel, em que os populares saquearam todos os produtos e até as arcas.  
A polícia não conseguiu travar as pilhagens e foram confrontados com objectos contundentes. Nem o gás lacrimogéneo e os tiros travaram a revolta popular. Na sequência dos disparos, um cidadão e uma criança foram alvejados. Os dois foram assistidos no hospital Divina Providência. Também há registo de desmaios. 
A Associação dos Taxistas demarca-se das vandalizações e pilhagens, e continuam com a posição de continuar a paralisação nos próximos dois dias. 
Por sua vez, o Governo Provincial de Luanda, em comunicado, condena com “veemência todos os actos de vandalismo, agressões a trabalhadores, destruição de bens públicos e privados, assim como qualquer forma de coacção sobre cidadãos que desejam exercer livremente as suas actividades.” 
Acrescenta que estão em curso “investigações para a identificação dos autores e instigadores destes actos criminosos, os quais deverão ser responsabilizados nos termos da lei.” 
Todas as lojas, centros comerciais e restaurantes estão fechados. Há um ambiente de insegurança em Luanda.