Africana poderosa na política mundial
LIDERANÇA. Educação, saúde, transparência, dívida pública, ameaças, corte de combustíveis, pandemia da covid, alterações climáticas, empoderamento feminino e empreendedorismo. Não há temática mundial, dos nossos dias, que não tenha passado pelo ‘crivo’ desta economista nigeriana. Mas também cedências políticas aos EUA. Alguns destes temas até se cruzam com preocupações angolanas.
Quando completar 70 anos, daqui a duas semanas, a economista Ngozi Okonjo-Iweala pode festejar o aniversário, orgulhando-se de estar, muitas vezes, no centro do furacão económico da África independente. Ao mesmo tempo que já pode exibir muito trabalho – recheado de prémios e condecorações – em áreas que dominam as políticas e preocupações actuais. A começar pelas alterações climáticas, pelo empoderamento feminino e pelo empreendedorismo.
Nascida em Junho de 1954, Ngozi Okonjo-Iweala criou o programa Growing Girls and Women in Nigeria (G-WIN), em tradução quase literal ‘Fazer Crescer Meninas e Mulheres’, na Nigéria. O projecto, criado em 2015, tem um orçamento dirigido a jovens mulheres que pretendem investir em empresas ou em criar o próprio negócio. Mais do que isso: a ideia é promover a igualdade do género. Há seis anos, ou seja, antes do nascimento do G-WIN, já esta economista nigeriana tinha promovido o nascimento do programa Youth Enterprise with Innovation (You Win), hoje responsável pela criação de milhares de empregos para jovens. Estes dois projectos poderiam bem ser os corolários de uma carreira académica, política e financeira que a levou a receber 13 prémios mundiais e 12 doutoramentos honorários em universidades dos EUA, Europa e África e a ser reconhecida, em 2022, como uma das mais 50 pessoas mais influentes do mundo. O currículo de Ngozi Okonjo-Iweala bem justifica as distinções. Por duas vezes, na Nigéria, foi ministra das Finanças e ainda liderou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Hoje, dirige a Organização Mundial do Comércio, desde 2021, chefiando uma equipa com mais de 600 funcionários. É a sétima líder da OMC e a primeira africana a dirigir a organização.
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