ANGOLA GROWING
Suely de Melo

Suely de Melo

Vezes sem conta, cá na Essencial e em outros fóruns, muito boa gente, entendida na matéria, enumerou o que falta para que se alavanque o turismo. Mas, parafraseando a empresária Filomena Oliveira, “eles são mesmo surdos”.

 

Contra todas as expectativas de acompanhamento do século do conhecimento, da informação, da inovação, continuamos a regredir. Continuamos a ser impedidos de avançar, de ter tempo, disponibilidade e condições para ganhar habilidades e desenvolvê-las. Isto porque somos obrigados dia sim, dia sim também a mantermo-nos presos em discussões estéreis. O partido-Estado fez um bom trabalho de casa ao longo destes quase 50 anos e com maestria aprisionou as instituições, pessoas e suas mentalidades, que cometem atrocidades imbuídos no espírito de que é o certo a ser feito.

Discursos há que precisam de uma análise profunda. Precisam de passar pela academia. Ser objecto de estudo. Não pelo conteúdo complexo e filosófico, de difícil compreensão, como é o caso dos temas abordados por Immanuel Kant, por exemplo, mas para se perceber o que realmente passa pela cabeça dos que os concebem, porque afinal até o que parece não fazer sentido precisa de ser estudado, compreendido. É o caso dos discursos de João Lourenço, tanto enquanto presidente do MPLA como enquanto Presidente da República. Se ele próprio escreve, se são escritos. Se são revisados ou se ele acha que não precisam. Se é ‘freestyle’, o facto é que dão sempre, impreterivelmente, azo a muita discussão. Ora, no lançamento da agenda política do MPLA, o seu presidente, além de outras pérolas a que já nos vem habituando, vociferou que o seu partido fez mais em 50 anos do que o colono em 500. A comparação por si só já é grosseira e despropositada, na medida em que, como historiador, o líder do MPLA tem a obrigação de saber que o colono não cá veio para melhorar as condições dos nativos, mas, salvo melhor alcance racional, para explorá-los, a eles e aos seus recursos, em beneficio próprio. Elementar. 

DIPLOMaCIA. Especialistas perspetivam mudanças nas relações entre os dois países. “Recuo” e ou “relaxamento” são alguns dos cenários esperados nas relações, em caso de derrota de Biden.