ZUNGUEIRA
Advogados não tiveram acesso a acusação previamente

Cidadãos acusados de vandalismo negam acusação do Ministério Público, julgamento segue na produção de provas

O Tribunal de Comarca de Luanda começou a julgar os cidadãos detidos durante os tumultos registados terça-feira, 29, na Boa Vista. Advogados não tiveram acesso a acusação antecipadamente, e os arguidos negaram a acusação, segue-se agora a produção da prova.

Cidadãos acusados de vandalismo negam acusação do Ministério Público, julgamento segue na produção de provas
Santos Samuesseca

O julgamento sumário começou sem os advogados terem acesso aos autos, pelo que não sabiam os crimes pelos quais os nove cidadãos estavam a ser acusados. Depois de aberta a sessão, ficou-se a saber dos crimes que pesam sobre os nove cidadãos maiores. 
O Ministério Público, na leitura da acusação, alega que a detenção “deveu-se ao facto de os mesmos terem realizado vandalismo na via pública, queima de pneus, contentores de lixo, arremesso de pedras e garrafas em viaturas e contra os efectivos dos órgãos de defesa e segurança”, na zona da Boa Vista. 
Concluída a leitura, o juiz da causa perguntou aos arguidos se concordam com acusação, todos em uníssono disseram que não. O julgamento segue agora na fase de produção das provas. A defesa está a ser feita pelos advogados da Ordem dos Advogados, que assegurou defender os acusados de vandalismo durante os tumultos na capital nos últimos dois dias. 
Entre os acusados estão os cidadãos Adriano Vunda Domingos, 24 anos, Marcos Andrade, 26 anos, Isaías Bongue, 41 anos, Manuel Gombo, 21 anos, Manuel da Costa Benjamim, 24 anos, Adriano Ângelo, 19 anos, Ernesto Neto, 24 anos, Zita Capapa Canivete, 26 anos, João Mila Félix, 32 anos. 
Os tumultos em Luanda fizeram mais de 1.214 detidos, 22 mortos, mais de 300 feridos e danos incalculáveis ao património privado.