Manifestantes congoleses atacam embaixadas em Kinshasa depois dos ataques do M23 em Goma
Diversas embaixadas em Kinshasa foram, esta terça-feira, 28, alvo de ataques de manifestantes congoleses, depois da captura da cidade de Goma pelos rebeldes do M23 apoiados pelo Ruanda.
Com o cerco de Goma, os manifestantes exigem uma acção por parte da comunidade internacional, no sentido de pressionar o Ruanda que apoia de forma declarada o M23.
Os ataques às embaixadas do Ruanda, França, Bélgica, Estados Unidos, Uganda e Quénia foram realizados por manifestantes, quando os rebeldes avançam no leste do país, segundo fontes diplomáticas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, qualificou de “inaceitáveis” os ataques, adiantando que os manifestantes “incendiaram o edifício”.
Por sua vez, a ONU alertou, através do Programa Alimentar Mundial, para a falta de alimentos na cidade de Goma, precisamente onde se verificam há seis dias violentos combates em áreas residenciais entre o grupo rebelde M23 e as forças armadas congolesas.
A situação só pode piorar nas próximas horas com o encerramento do aeroporto de Goma e o bloqueio das principais vias de acesso, afirmou a porta-voz da agência, Shelley Thakral, a partir de Kinshasa.
As forças de segurança congolesas tentaram travar os rebeldes, que avançaram para Goma, uma cidade-chave a leste, numa escalada importante do conflito que dura há décadas.
Os incidentes na capital acontecem depois de os rebeldes, apoiados pelo Ruanda, terem afirmando na segunda-feira que capturaram a cidade estratégica de Goma, o centro de uma região que contém milhares de milhões de dólares em riqueza mineral que continua, em grande parte, inexplorada.
Analistas citados pela Euronews admitem que o objectivo dos combatentes do M23, um dos cerca de 100 grupos armados que lutam pela exploração mineral, é controlar a cidade de cerca de 2 milhões de habitantes e talvez outras áreas da região, a cerca de 1600 quilómetros da capital congolesa.
Este ataque marca uma escalada acentuada numa das guerras mais longas de África, ameaçando agravar dramaticamente a crise humanitária já existente.
A ofensiva fez com que milhares de pessoas fugissem das suas casas, além de um milhão de deslocados que já se encontram em Goma, e levou os hospitais ao limite, com centenas de feridos a chegarem todos os dias à medida que os civis são apanhados no fogo cruzado.
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