ZUNGUEIRA
BOLSA RECUA 65% EM DIA DE INÍCIO DOS PROTESTOS

Revolta popular deixa Luanda em chamas, prejuízos milionários e paralisa a economia

REPORTAGEM. Tumultos em Luanda causaram prejuízos milionários aos empresários que ainda estão a contabilizar as perdas e temem que outros estabelecimentos sejam saqueados. Na bolsa, em apenas um dia, ‘perderam-se’ 47,384 mil milhões de kwanzas. Taxistas dividem-se quanto à continuidade da paralisação com uma das alas a prometer crédito para compra de viaturas para o serviço de táxi no valor de 250 kwanzas. Polícias e militares tentam travar ondas de protestos na capital, cujo vestígios de destruição estão patentes.

Revolta popular deixa Luanda  em chamas, prejuízos milionários e paralisa a economia

Desde as primeiras horas desta segunda-feira, 28 de Julho, que a capital angolana está sob intensa revolta popular, com vários focos espalhados em diferentes partes da cidade. A Polícia tenta restabelecer a ordem com disparos de armas com balas reais, gás lacrimogéneo que, tão pouco, aparentemente, inibia crianças, adolescentes, jovens e até adultos revoltados. Uma onda de insegurança está instalada, com os empresários a conferirem os enormes danos e a fecharem as portas temporariamente.

Depois da paz proclamada há 23 anos, o país nunca tinha registado uma revolta popular que alguns observadores equiparam ao 4 de Fevereiro de 1961, quando se deu início à luta de libertação nacional que culminou com a Independência há praticamente 50 anos. Num dia que era tido como de paralisação dos taxistas em Luanda, depois de informações de alegado cancelamento, Luanda acordou sem os ‘azuis e brancos’ a prestar o serviço de táxi. Os operadores que persistiam inicialmente foram convidados a desembarcar, enquanto outros viram as viaturas vandalizadas. Este cenário rapidamente espalhou-se em diferentes artérias e desembocou numa violência sem precedentes.

A revolta começou na avenida Pedro de Castro, nas imediações do conhecido Quintalão do Petro, quando a Polícia, na tentativa de dispersar indivíduos que vandalizavam viaturas particulares, respondeu com tiros e gás lacrimogénio. Uma forte corrente de populares responderam com pedras e outros objectos contundentes. Num estalar de dedos, a confusão instalou-se em toda a extensão desta avenida. O confronto deu azo a pilhagens em estabelecimentos comerciais que rapidamente se espalharam em toda província, inclusive na vizinha Icolo e Bengo. Foi pilhado tudo, desde as pequenas lojas aos supermercados, armazéns de frescos, bombas de combustíveis, até uma tentativa a uma agência bancária do Banco BIC.

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