8.ª EDIÇÃO CELEBRA OS 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

Caixa Fado quer voltar a levar festival para fora de Luanda

13 Jun. 2025 Marcas & Estilos

MÚSICA. Evento que conta com seis edições  realizadas em Luanda e uma na província de Benguela tenciona voltar a deixar Luanda e pisar outros palcos do interior do país, mas organização lamenta falta de condições das infraestruturas. 

Caixa Fado quer voltar a levar festival para fora de Luanda

Está marcada para 16 de Outubro a 8ª edição do Festival Caixa Fado. O palco será o Centro de Conferências de Belas, em Luanda, que, de resto, com a excepção de uma edição, sempre foi a cidade anfitriã. Benguela quebrou a regra em 2017 e a organização estuda a possibilidade de voltar a mudar de cidade, apesar de reconhecer dificuldades. “Já realizámos o evento em Benguela e correu muito bem. No entanto, como sabem, as infraestruturas capazes de acomodar tantos artistas ainda são limitadas em algumas localidades. Estamos a estudar outras possibilidades e há um esforço grande para, nos próximos anos, levarmos o festival para fora de Luanda.”, antecipou Ana Seabra, administradora executiva do Banco Caixa Geral Angola, promotor do festival.

Para a edição deste ano, o evento homenageia o quinquagésimo aniversário da independência de Angola, e será realizado sob o tema: “Unidos pela História, Juntos pela Liaberdade”.

O festival conta com um cartaz artístico diversificado, com a participação de artistas renomados de Angola e Portugal. 

De Angola, destacam-se Matias Damásio, Ana Bela Aya e Heroide, enquanto de Portugal estarão presentes Camané, Filipa Cardoso, Marco Rodrigues e Ana Sofia Varela. “Queremos que as pessoas se levantem e cantem connosco. Vamos ouvir alguns temas que farão parte da história dos 50 anos de independência. Sabemos que muitos dos que tinham 20 ou 25 anos na época da independência já estão na casa dos 70, e isso deve ser respeitado. Por isso, algumas alterações podem acontecer de última hora.”, sublinhou Ana Seabra na conferência de imprensa de apresentação do festival, realizada a 9 de junho. Os ingressos serão comercializados entre os 35 e os 55 mil kwanzas, valor que, segundo a organização “não cobre totalmente os custos do festival, sendo um reflexo do investimento necessário para realizar o evento de grande escala”.

A jovem cantora Heroide, uma das grandes apostas desta edição, elenca como palavra de ordem para a sua participação responsabilidade. “Sou a mais nova do elenco, tanto em idade quanto em carreira, por isso vou para o palco como uma página em branco, pronta para aprender. O fado exige muito mais do que apenas cantar; é preciso entender a postura e como cada música nos exige uma interpretação única.”

Heroide também revelou que tem se aprofundado no universo do fado, estudando artistas como Filipa Cardoso, Marisa, Sara Correia e Camané, e que está determinada a apresentar uma performance memorável, com uma postura que promete surpreender o público.

O consagrado cantor português Camané, que retorna ao festival pela terceira vez, partilhou a sua longa conexão com Angola, onde tem se apresentado desde 1992. Camané descreveu o Caixa Fado como uma oportunidade única de trocar experiências com músicos africanos e lusófonos, aprofundando ainda mais o intercâmbio cultural entre as duas culturas. “O Festival Caixa Fado é fantástico e proporciona-me a chance de cantar a minha música enquanto também ouço e canto a música deles. A troca de sonoridades é uma das partes mais enriquecedoras deste evento.”

João Plácido Pires, presidente executivo do Caixa Angola, garante que esta edição será memorável. “O tema ‘Unidos pela História, Juntos pela Liberdade’ vai criar uma conexão profunda entre a arte, a liberdade e a identidade cultural, promovendo o diálogo e a cooperação entre as várias culturas lusófonas”, promete.

Criado em 2017, o Caixa Fado consolidou-se como um ponto de encontro para os amantes da música, da cultura e das tradições lusófonas. O festival mistura fado com sons de várias partes do mundo lusófono, criando uma fusão única de ritmos e melodias.