Angola com esperança de beneficiar do pacote de 51 mil milhões USD aprovado
Representada por quadros seniores do Ministério das Relações Exteriores, a par de diversos países africanos, Angola está a participar desde esta terça-feira, na China, de uma reunião, cujo objectivo é abordar as medidas que visam a execução dos acordos assinados durante a Cimeira de 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), realizada em Setembro. Por ocasião da Cimeira, a China anunciou um pacote de 360 mil milhões de yuans, correspondente a 51 mil milhões de dólares, dos quais 210 mil milhões de yuan (29,6 mil milhões de dólares) estão destinados a uma linha de crédito, 80 mil milhões de yuan (11,309 mil milhões de dólares) para assistência em diferentes formas e 70 mil milhões yuans (9,895 mil milhões de dólares) para o investimento através de empresas chinesas.

No entanto, várias vozes, sobretudo da comunidade chinesa, acreditam que Angola não vai beneficiar do pacote ou, estará fora dos que deverão receber as parcelas mais significativas, como consequência de o Presidente João Lourenço ter cancelado a participação no evento à última da hora e pelo facto de a justificação apresentada não ter convencido a parte chinesa. O país foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Tete António, considerada a participação menos representativa do evento. Em Outubro, o embaixador da China em Angola, Zhang Bin, quando fazia o balanço da Cimeira, já tinha antecipado, entretanto, que Angola não seria excluída. “Temos certeza que a parte angolana vai beneficiar da iniciativa. Oferecemos um financiamento cerca de 51 mil milhões de dólares, dos quais 30 mil milhões dólares para os grandes projectos e, nesta área, a China e Angola já têm uma boa base de cooperação nas infraestruturas”, disse na ocasião.
Em recente entrevista ao Valor Económico, o investigador do Institute Kwenda, Juan Shang apontou que a ausência do Presidente João Lourenço na Cimeira beliscou “consideravelmente as relações entre os dois países”, apesar de o embaixador “dizer que está tudo bem”. E sublinhou mesmo que “Angola não está na lista” dos potenciais beneficiários da linha do financiamento. “É preciso recordar que, dos 53 países africanos, só dois não foram representados ao mais alto nível. Angola e Argélia, mas Argélia é porque no dia seguinte teria as eleições presidenciais. Mas, mesmo assim, enviaram um vice-primeiro-ministro. Angola enviou um ministro”, reparou.
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