Trabalhadores da Embal acusam Sonangol de “má fé”, petrolífera nega responsabilidade
DÍVIDA. Últimos salários foram pagos há mais de sete anos e trabalhadores não têm dúvidas de que a culpa é da petrolífera pública que até se recusa a viabilizar a venda da empresa, apesar de haver interessados. Ao Valor Económico, PCA da Sonangol nega responsabilidade de condução do processo para a saída do impasse.

Cerca de 76 trabalhadores da Embal, indústria de embalagens, empresa privada com capital público, acusam a Sonangol de “má fé” pela falta de pagamento dos seus salários e pensão de reforma desde Julho de 2016.
Segundo os trabalhadores, a Sonangol “está a arrastar o processo”, por alegadamente se recusar a vender a empresa para saldar a dívida dos trabalhadores, como acertado em várias negociações entre as partes. A assembleia geral de acionistas já chegou a tentar vender a totalidade da empresa à petrolífera pública, mas esta recusou-se a comprar os 70% dos outros 13 accionistas.
“A Sonangol está a agir de má fé, porque, quando se pensou em vender, disseram que não havia clientes e, ao invés de levar o caso ao Tribunal, decidimos fazer um anúncio no jornal com os nossos advogados”, conta Sebastião José, responsável da Comissão dos Trabalhadores da Embal. “Depois que pagamos o anúncio, os clientes apareceram e querem pagar, mas a Sonangol está a travar porque não assina a acta que permite a venda”, detalha, lamenta o facto de a empresa já ter perdido o seu valor de mercado por ter sido vandalizada. “Sabotaram as máquinas todas para fazer a empresa perder o seu valor, é tudo manobra da Sonangol”, acusa.
Ao Valor Económico, contam que a actividade da empresa foi suspensa no dia 1 de Abril de 2015, sem aviso prévio. Na altura, todos os trabalhadores foram impedidos de aceder às instalações da empresa e a equipa de segurança foi substituída por uma equipa da Sonangol. “Até os nossos bens pessoais como carros e outros não nos permitiram tirar e mandaram-nos para casa”, contam, acrescentando que tinham sido informados que a fábrica estaria a ser reestruturada e que depois seriam notificados. Depois de vários meses em casa, em Novembro de 2015 foram chamados pela Sonangol para receberem os salários de Abril a Dezembro desse ano. Ainda em Dezembro de 2015, o conselho de administração da Sonangol, liderado por Francisco de Lemos José Maria, escreveu para José Maria Botelho Vasconcelos, então Ministro dos Petróleos, fazendo-lhe saber que a Sonangol havia pago os salários dos trabalhadores da Embal com os seus recursos.
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