E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende no final de mais uma semana marcada por falências institucionais públicas diversas, algumas com consequências mortais... O Valor Económico da semana que passou trazia - para além do aviso do Centro de Investigação da Universidade Lusíada de que a inflação mais provavelmente estará acima dos 22% em vez dos quase 13% assumidos pelo Instituto Nacional de Estatística - uma reportagem daquelas que provavelmente só em Angola seria possível...
A reportagem narra uma penhora de uma estrutura pública a favor de privados que ficaram com ela e alugaram a estrangeiros que a usam para actividades comerciais num processo rocambolesco dos muitos que temos e que espelham como, para além dos desvios multibilionários a que se referia o entrevistado da semana na Rádio Essencial, Florindo Chivucute, da ONG Friends of Angola (que lembrava que não se consegue medir a dimensão do saque em Angola), aquilo que sobra do que é desviado ainda é mal gerido maltratado e em muitos casos perdido. O governo provincial de Cabinda viu penhorado, por uma dívida a privados com mais de 20 anos, o Centro Logístico de Distribuição Local (CLOD) por ordem do tribunal. Os CLODS são parte do PRESILD, o Programa de Distribuição de Produtos Essenciais à População, anunciado há cerca de 15 anos com um custo global estimado em 600 milhões de dólares e que conta, para alem dos CLODS outras estruturas entretanto desvirtuadas, algumas já privatizadas em processos mais ou menos claros como os Poupa Lá, Nosso Super e afins.
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