E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que foi publicado o índex dos países mais felizes do mundo. Angola nem consta do estudo. A última vez que constou terá sido em 2018 em que aparecia no lugar 142 de 156, Moçambique, por exemplo, aparecia no mesmo ano na posição 123, sendo que no ranking deste ano aparece posicionado em centésimo primeiro, melhor do que a nossa vizinha Namíbia por exemplo que aparece na posição 124. Os cinco países ‘mais infelizes’ do ranking são o Botswana, o Ruanda, o Zimbabué, o Líbano e o Afeganistão e os mais felizes são os nórdicos liderados pela Finlândia pela quinta vez.
Este estudo da ONU com os dados recolhidos pela Gallup World Poll, que é especializada em inquéritos e estatísticas (coisas a que o nosso governo parece ter alergia a julgar por como trata o INE e pela necessidade de criar leis para limitar as sondagens) é interessante na medida que sai da esfera dos índices socioeconómicos mais concretos, mais baseados em números, mais quantificáveis, para entrar numa esfera de percepções e de emoções que é naturalmente mais difícil de medir do que um Produto Interno Bruto ou do que um PIB per capita. Mas acaba sendo este um ranking mais reflexo do que um PIB, no que diz respeito à vida das pessoas, porque condensa um conjunto desses e de outros indicadores que analisam aquilo para que o PIB idealmente deveria servir - que é melhorar a qualidade de vida e com isso a felicidade das populações.
O nosso PIB é um excelente exemplo do porquê de este ranking ser mais reflexo e de certa forma mais relevante para a vida das pessoas do que um PIB.
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