Auditoria Interna: pensar e agir num contexto de mudança
Com o aparecimento e a massificação de novas tecnologias como a inteligência artificial, a robótica, e a analítica, observamos o advento de novos modelos de negócio com crescente influência no nosso quotidiano. Neste contexto, os modelos de governo, de gestão de risco e de controlo interno das organizações desempenham, um papel de relevo no estabelecimento de relações de confiança e de transparência no mercado. Em particular, à Função de Auditoria, terceira linha de defesa na gestão de risco, requer-se o seu contributo para assessorar estrategicamente as organizações na jornada de transformação digital.
À medida que a mudança acontece, flexibilidade e adaptabilidade são palavras de ordem. As empresas requerem pessoas ágeis, possuidoras de novas competências, mas precisam igualmente de implementar processos internos capazes de responder às novas realidades de forma célere e eficaz.
A acrescer às alterações decorrentes da digitalização das operações, temos assistido a um robustecimento do quadro regulatório. Recentemente, por exemplo, o regulamento europeu sobre privacidade de dados, trouxe novas preocupações à esmagadora maioria das empresas. Assiste-se hoje a um repensar de processos e sistemas operacionais que requer maior agilidade organizacional. É essencial aliar funcionalidade e eficiência à conformidade com as novas obrigações regulamentares.
Neste paradigma de mudança, seja ela trazida por inovação tecnológica, seja ela fruto de alterações legislativas, a função de Auditoria Interna (AI) não pode ficar de fora. Por um lado, a função tem ela própria de adaptar as suas metodologias e técnicas para estar apta a auditar com sucesso as novas realidades. Com o surgir da inovação, surgem novos riscos e requisitos de compliance a que a função tem de estar atenta. Por outro lado, sendo premissa fundamental e inquestionável da AI a sua independência funcional, a evolução da função e das organizações em geral tem valorizado a sua vertente de aconselhamento estratégico e operacional. Tendo como grande valência o seu olhar abrangente e isento sobre a organização, a Auditoria Interna pode suavizar o processo de transformação organizacional, sensibilizando as unidades de negócio para riscos emergentes e para boas práticas de controlo em diferentes contextos.
O tempo é tudo. Urge alinhar os planos estratégicos da organização com o plano de AI, e assegurar que a função está não só adaptada a este contexto de mudança, como preparada para ser um agente facilitador de todo o processo.
JLo do lado errado da história