CFO: Agente de mudança, agregador de valor e líder tecnológico

16 Jun. 2021 Opinião
CFO: Agente de mudança, agregador de valor e líder tecnológico
D.R

A pandemia covid-19 testou os CFO como nunca antes, mas a sua agilidade para se adaptarem à mudança contínua revelaram-se vitais. Uma nova sondagem da EY destaca estas e outras características dos CFO, incluindo a sua visão tecnológica e a sua gestão de valor a longo prazo, ao mesmo tempo que reforçou a necessidade de competências baseadas na empatia e inteligência emocional, concentrando-se no desenvolvimento das competências da sua equipa.

 Lidar com o inesperado é um pré-requisito da função de ‘Chief Financial Officer’ (CFO), mas estes têm sido submetidos a desafios severos desde o início de 2020, com a priorização da resposta aos impactos sem precedentes da pandemia da COVID-19, onde se incluem as preocupações práticas, como a supervisão da saúde e segurança das equipas e o apoio ao trabalho remoto, acrescidas de questões como a gestão da liquidez, a segurança das cadeias de abastecimento e a gestão dos riscos de fraude.

É compreensível então que "a agilidade de se adaptar à mudança contínua" seja identificada como a qualidade pessoal e de liderança cada vez mais importante para que um CFO tenha sucesso.

Esta foi a resposta de 62% dos inquiridos no estudo da EY “ADN do CFO”, a equipas financeiras de 400 empresas ao nível global. Em segundo lugar desta categoria surgiu,"a vontade de experimentar e assumir riscos calculados", selecionada por 54%, situação com ressonância na era da covid-19, dado que muitas empresas tiveram de repensar os seus modelos de negócio para sobreviverem às consequências económicas da pandemia.

Das conclusões do referido inquérito surge também que atualmente o principal atributo associado a um CFO é ser um "estratega" e, em segundo, "um líder inspirador e um forte comunicador". Estes resultados convergem com a imagem moderna de um CFO como parceiro do CEO, totalmente envolvido na estratégia e na tomada de decisões, ao invés da visão tradicional de “guardião dos números”

Há também uma aceitação crescente de que os CFO não devem concentrar-se estritamente em objectivos de lucro a curto prazo, mas, em vez disso, procurar um crescimento sustentado, com a transferência de valor para outros stakeholders (colaboradores, consumidores e comunidades locais) para além dos accionistas.

Os CFO estão também a assumir um papel de líderes tecnológicos. Os dados são um bem cada vez mais valioso, e o CFO está bem posicionado para alavancar os dados de forma eficaz. Tal transformação vai além da função financeira, abrangendo frequentemente toda a empresa e apoiada por novas tecnologias como a Inteligência Artificial ou ‘blockchain’.

Os CFO percorreram um longo caminho nos últimos anos e são agora considerados agregadores de valor a longo prazo e inovadores tecnológicos. A função financeira é considerada como o centro estratégico de muitas organizações. 

André  Afonso

André Afonso

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