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Mobile Money em Angola

02 Feb. 2022 Opinião

O mobile Money, é uma ferramenta relevante que surgiu através da necessidade de aumentar a inclusão financeira, permitindo o acesso aos serviços bancários de forma simplificada, nas comunidades mais desfavorecidas. O primeiro caso de sucesso, foi no Quénia em 2007 com o desenvolvimento do M-Pesa, tendo sido replicado dentro e fora de África. 

Mobile Money em Angola

O Mobile Money, é uma carteira electrónica – que armazena fundos numa conta associada ao número de telefone do usuário. Pode-se inclusive, dar ao caso, que o número da carteira seja o número de telefone. Os usuários podem efectuar transacções variadas, tais como (i) pagamento de bens e serviços, (ii) pagamento de impostos, (iii) realizar transferências, (iv) consultar saldo e movimentos de conta, e (v) levantamento dos fundos num agente autorizado. Em mercados mais dinâmicos, já estão a ser introduzidos serviços como adesão a créditos, poupanças e seguros.

O sucesso do mobile Money em África, deve-se ao facto de não ser necessário o acesso à internet e à facilidade com que as transacções se efectuam. As mesmas podem ser realizadas a partir do próprio telemóvel do usuário (smartphone ou telemóvel com as configurações básicas) e não exigem uma conta bancária formal. De acordo com o Relatório de 2020 da Global System for Mobile Communication Association, só no continente africano foram transacionados 490 bilhões de dólares e África Subsariana tem 159 milhões de contas activas.

Em Angola, o mobile Money já é uma realidade. Algumas Instituições têm apostado no desenvolvimento de iniciativas similares: o E-Kwanza do BAI, o E-Kumbu do Banco Sol e recentemente o Unitel Money.

Entre os principais desafios desta nova tecnologia, destaca-se (i) o papel do Regulador, no que toca ao desenvolvimento de regulamentação adequada aos sistemas de pagamentos móveis, para uma monitorização mais eficaz deste serviço, (ii) a implementação de meios de cibersegurança, controlo de dados e controlo interno eficazes por parte das operadoras/prestadoras e (iii) a divulgação de informação adequada ao público alvo.

Tratando-se o mobile Money de uma excelente oportunidade para a inclusão financeira no país, é imperativo que seja aplicada regulamentação que permita a segurança dos dados e das transacções e sejam criadas políticas e programas dirigidos à população para que este novo conceito financeiro progrida em todo o seu potencial. sucesso necessário.