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Os mercados financeiros e o papel da língua inglesa como um dos factores de sucesso

07 Sep. 2022 Opinião
Os mercados financeiros e o papel da língua inglesa como um dos factores de sucesso

O inglês é a língua dos negócios em todo o mundo. Desde a era do colonialismo britânico, o inglês tem sido a língua de negócios, de viagens, de documentos internacionalmente aceites, de ser ainda uma língua de reporte económico e financeiro, seja ao nível das empresas-mãe (holdings), as sucursais, filiais de multinacionais, mas também para ter relatórios de gestão, de contas acessíveis para estrangeiros, parceiros, investidores, etc.

Essencialmente, a língua inglesa é considerada uma reserva para a elite comercial mundial, mas agora, e mais do que nunca, é falada por quase todos que trabalham na indústria financeira.

O inglês é a língua nativa de mais de 67 países e a língua oficial em tantos outros, o que criou sua importância em tantas indústrias. Por ser uma lÍngua comum compartilhada por muitos países, é usada na grande maioria das transacções financeiras globais. Por exemplo, acordos transnacionais originários da França e da Alemanha são geralmente escritos em inglês.

De acordo com “Statista”, 1,27 mil milhões de pessoas em todo o mundo falavam inglês em 2019. Tal número representa 20% da população mundial. A tendência é o número de falantes nativos e não nativos continuar a crescer. Na verdade, o inglês é a primeira língua de apenas 360 milhões de pessoas no mundo. Então, por que todo mundo está a aprender a língua? Isso porque eles querem acompanhar o mundo, e o inglês é a melhor maneira de fazer isso.

Seja socialização, entretenimento ou empreendimentos comerciais, o inglês preenche a lacuna entre países e continentes. As empresas dependem muito da comunicação. Portanto, é crucial que os funcionários falem inglês fluentemente. O inglês não é apenas importante para que seus funcionários possam conversar entre si, mas também tem uma ligação directa com a produtividade e a receita da sua organização.

Sem conhecimentos de inglês proficientes, a sua empresa pode perder 30% de sua produtividade e 32% das oportunidades de negócios internacionais. A maioria das empresas percebe isso, que é onde há uma discriminação considerável no local de trabalho contra imigrantes que não são fluentes em inglês. No entanto, isso não é apenas ilegal, mas também reflecte negativamente no código de conduta da sua estrutura de negócios. Em vez disso, você deve entender o efeito da fluência dos funcionários na credibilidade do seu negócio e ajudar a sua equipa a melhorar suas habilidades em inglês para aumentar a produtividade organizacional.

A comunicação eficaz no local de trabalho desempenha um papel fundamental para garantir a geração de receita e maior produtividade. Independentemente da nacionalidade ou formação de alguém, sua experiência e habilidade profissional são o que a sua empresa precisa. Você nunca sabe quem pode ter uma ideia que pode mudar o destino da sua empresa e conseguir um negócio lucrativo de um novo cliente.

No entanto, se um funcionário não conseguir transmitir a mensagem em uma reunião ou conversas do dia-a-dia, talvez você nunca se consiga beneficiar de seus talentos individuais. Além disso, a comunicação também é uma chave para a formação de equipes. Se um determinado funcionário ou grupo de trabalhadores não conseguir comunicar-se com seus colegas, eles sentir-se-ão excluídos. Eles podem não entender as gírias em inglês usadas na conversa, acabando por ficar perdidos sobre o tema da discussão. Além disso, o fardo adicional de fazer um esforço extra para fazer parte das conversas pode prejudicar o seu desempenho.

As empresas que pretendem aderir aos mercados de capitais, para terem maior credibilidade, respeito, interesse de investidores, de parceiros devem ter um conjunto alargado de documentos e relatórios escritos e disponíveis na língua materna, a língua portuguesa no caso dos países em que os seus cidadãos se expressam nesta língua, mas em inglês também.

Os documentos oficiais da empresa devem estar traduzidos para língua inglesa. Os relatórios de gestão, relatórios técnicos e de contas, os relatórios e pareceres dos auditores externos e dos conselhos fiscais ou fiscal único. Ter apresentação da empresa, dos produtos, dos serviços, as suas localizações, etc. É uma condição de sucesso e de conquista de mercado ou um total falhanço. Estas traduções são caras e técnicas, pelo que os responsáveis das empresas devem acautelar meios financeiros e tempo para ter os documentos a tempo.

Por outro lado, os donos do capital, os gerentes, os administradores devem fazer viagens, roteiros (em inglês: roadshows e roadmaps). Estes roteiros devem ser previamente seleccionados de acordo com o perfil de investidores que se pretendem alcançar. Seja em que país viajem, o inglês é a língua que pode abrir as portas. Isto não é uma verdade absoluta. Há países que há que ter algum cuidado, como os países francófonos (de língua francesa), países árabes, por exemplo.

Viaje sempre documentado. Recebam nos vossos escritórios sempre documentados conhecendo antecipadamente os interlocutores. Se forem estrangeiros, ter à mão a documentação em língua inglesa concorre decisivamente para o sucesso.

Sabemos pelos artigos anteriores, mas que voltou a reiterar, sobre o mercado de capitais que a principal função do Mercado de Capitais é de permitir às empresas a captação de recursos mediante a emissão de seus valores mobiliários. A mobilização da poupança é realizada directamente pela unidade económica deficitária – a entidade emissora – e a unidade económica superavitária – o investidor. Inexistente, portanto, a intermediação financeira, tal como ocorre com o mercado de crédito.

Como podemos ler, estar do lado de investidor, das empresas, quem é o "broker" (intermediário financeiro) que recebe orientações dos clientes para compra, venda e permuta de acções, ou ainda quem trabalha na "praça" financeira, deve ter fluência em língua inglesa.

Caso seja uma pessoa particular empregada ou desempregada, esteja a trabalhar, invista por si ou a sua Organização para ter acesso ao conhecimento da escrita, leitura e oralidade de inglês. Se já tem conhecimento de inglês, invista em reciclagem e invista em inglês técnico: finanças, contabilidade, reporting, jurídico, comercial, logística, etc.

O investimento em formação é crucial. Trará com toda a certeza lucros e dividendos. Uma ‘start-up’, uma média, grande empresa e ainda um grande contribuinte em Angola sem um elenco com prática de língua inglesa é um ponto a melhor e urgentemente. O futuro, para que os ainda não acreditam, é “a redução do tamanho do mundo” pela concentração da comunicação em poucas línguas e o inglês destaca-se. Desde a Revolução Industrial do século XIX, as guerras mundiais e o poder britânico e americano sobre o  mundo que o inglês se tornou na língua das línguas. Sem esquecer a influência por via do cinema de Hollywood, que tem apresentado vários filmes sobre as Bolsas de Valores, como “O lobo de Wallstreet”.

Daniel Sapateiro

Daniel Sapateiro

professor doutorado em Economia Monetária e Comparada