A Africell e a falta de transparência dos dias de hoje
Não têm estado a faltar alertas. O apoio ao combate a todas as más práticas do passado é unânime. Mas, por existirem diferenças na capacidade de interpretação dos fenómenos e acontecimentos, não existe a mesma unanimidade entre os que apoiam e os que contrariam os caminhos, escolhas e opções que têm sido consideradas pelas diversas instituições no combate a estas más práticas.
Por exemplo, quando, em Novembro, se tornou pública a decisão do Governo de entregar sem qualquer concurso público o negócio móvel da Angola Telecom à Angorascom, uma empresa até então desconhecida pela maioria dos angolanos, considerámos, neste espaço, tratar-se de uma das provas de que o discurso do Governo de fazer da transparência uma das marcas da governação não passa de DISCURSO.
Não têm estado a faltar alertas. Decisões como esta irão afugentar potenciais investidores. Decepcionar os muitos que passaram a olhar para Angola como mercado a ter em conta como resultado da campanha de marketing do Governo, liderada pelo Presidente João Lourenço.
Decisões como esta da Angorascom criam condições para que a referida campanha de marketing colha frutos contrários aos esperados e desejados. Ao invés de atrair novos investidores, estes passam a conhecer o país e apercebem-se de que existe uma distância entre o discurso e a prática.
Talvez até fosse melhor não apostar no referido marketing, enquanto a transparência, por exemplo, não passasse a ser a regra número UM para os diversos processos. Enquanto prevalecer este clima de fingir que se está a fazer alguma coisa, talvez fosse melhor continuar a negociar com aquelas empresas que já conhecem as debilidades do mercado e, por isso, mais facilmente aceitam uma e outra brincadeira. É má ideia atrair novos e estes descobrirem a desarrumação interna.
Por exemplo, atraída pela campanha de um país novo, a Africell apostou no mercado, é a única candidata à licença para quarta operadora de telecomunicações. No entanto, pondera desistir pela potencial falta de transparência no processo que culminou com a passagem do serviço móvel da Angola Telecom à Angorascom.
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