Abertos para o mundo e de costas viradas dentro
E abriram-se as portas do paraíso a quase 100 países. A esperança é que Angola seja abarrotada por cidadãos dos mais variados cantos do mundo. Mas como esperar ter êxito no fomento ao turismo num país onde os preços de tudo e de nada estão pela hora da morte? Onde hotéis, resorts, restaurantes e afins praticam preços astronómicos. Num país que não tem estradas condignas que liguem uma província à outra e que levem aos principais destinos turísticos e, portanto, onde o turista se vê quase impossibilitado de conhecer as belezas de Angola sem depois se contorcer de dores no corpo. Ao azarar-se em optar pelas viagens de avião, corre o risco de passar uma boa parte do tempo no aeroporto, a julgar pelas constantes bandeiras da nossa companhia de Bandeira... Num país onde o Ministério do Interior está mais preocupado com os polícias que fazem dancinhas do tiktok do que em sanar o vício da gasosa dos nossos oficiais, que, diga-se de passagem, parecem ter uma apetência acentuada pela tez mais clara. Onde os números da criminalidade são de assustar, que o diga o atleta britânico que decidiu percorrer por toda África e bastou chegar a Angola para receber as boas vindas com um assalto básico. É boa ideia escancarar as portas de um país com uma péssima qualidade de atendimento em todo e qualquer serviço, burocracia excessiva, de um país que precisa de um trabalho de casa profundo?
Mas, enquanto se abrem os braços aos de fora, aos de dentro continuam a ser dadas as costas. Esta semana, a Unita foi a Malanje, onde realizou as décimas primeiras jornadas parlamentares. Posta lá, em representação de sua excelência, o governador provincial, o maior e mais importante partido na oposição, aquele que escapou ser governo em 2022, foi recebido pelo comandante da polícia. Mas há evolução, pelo menos desta vez não foram obrigados a dormir nos carros, a comer nos ‘take away’, nem a comprar combustível nas candongas.
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JLo do lado errado da história