Cadeias globais de valor e estabilização cambial
O crescimento económico é o elo mais visível de uma cadeia complexa de factores estruturais, cujas repercussões se reflectem amplamente no comportamento dos indicadores conjunturais. A taxa de câmbio é uma das principais variáveis cíclicas afectadas nesse processo, o que a torna num dos aspectos centrais no desenho da política económica. Desde o primeiro trimestre de 2023, Angola tem experimentado a maior depreciação cambial da série histórica dos últimos 10 anos, com o dólar americano a atingir a cotação de 825 kwanzas. Esse cenário voltou a levantar preocupações sobre a retoma do crescimento, tendo em conta que a taxa de câmbio tem sido utilizada como âncora do processo inflacionário e, quando não, como instrumento complementar de políticas industriais.
O que não se esclarece, na discussão que se instalou em torno da actual desvalorização do kwanza, é que a estabilização do câmbio em Angola é uma política que precisa de ser avaliada a partir de uma abordagem de longo prazo. Não é um problema de curto prazo, devido às condições iniciais do país em termos do nível de desenolvimento produtivo, o qual influencia o seu desempenho comercial. Isso resulta do facto de que a taxa real de câmbio mede a competitividade entre os países, captando a sensibilidade da demanda pela produção oriunda de uma determinada economia, em função das mudanças nos preços relativos. E embora, no curto prazo, as flutuações na taxa de câmbio respondam a choques nominais e reais, o seu equilíbrio, entretanto, depende de variáveis reais, referentes a aspectos estruturais.
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