Continuidade da TCUL em risco
TRANSPORTES. Resultados transitados relembram que sobrevivência da transportadora pública depende da manutenção do apoio do Estado. Exercício passado encerra com várias reservas do auditor.
Continuidade das operações da TCUL está comprometida, face ao desequilíbrio das contas transitadas do exercício passado, que fixam os capitais próprios em terreno negativo (-4,772 mil milhões de kwanzas), além de as dívidas de curto prazo a fornecedores (4.584.681) serem superiores aos activos de curto prazo (590.620 kwanzas).
Os dados constam do relatório e contas de 2020 e as reservas são levantadas pelo auditor independente que condiciona a sobrevivência da transportadora pública à “manutenção pelo Estado de suporte financeiro adequado”.
No mesmo documento em que é assinalado um resultado líquido negativo de 568,661 milhões de kwanzas, o auditor levanta também reservas sobre uma transferência de 899.713 mil kwanzas para os capitais próprios que “pode ter criado variações patrimoniais não quantificadas nas demonstrações financeiras”.
O auditor detetou igualmente documentos justificativos de transacções relacionadas com custos, despesas e aquisição de imobilizado que não cumprem com o estipulado na lei das facturas e documentos, não sendo aceites como custo fiscal, e estando sujeitas à tributação autónoma em sede de imposto industrial, o que o levou a concluir que os mesmos têm um impacto material no resultado fiscal do exercício.
A empresa, segundo o auditor, não concluiu o cadastro de imobilizado de forma a permitir uma verificação física inequívoca dos bens de sua propriedade, “o que não permitiu confirmar que todos os bens relevados nas demonstrações financeiras se encontram na sua posse, aferir o seu estado de conservação e operacionalidade”.
No relatório e contas do exercício 2020 da TCUL, o auditor também não aceitou expressar a sua opinião sobre o valor das existências iniciais e finais, sobre o custo das matérias consumidas, incorporados na demonstração de resultados na rubrica de outros custos e perdas operacionais e consequentemente sobre o seu impacto no apuramento dos resultados do exercício findo em 31 de Dezembro de 2020.
BCI fica com edifício do Big One por ordem do Tribunal de...