Donos dos mercados ‘Sabadão’ disputam posse dos comerciantes
Os proprietários dos mercados do Sabadão, situados na Caop, em Cacuaco, reclamam a titularidade dos comerciantes que se encontram a operar apenas no segundo mercado.
Até 2017, boa parte dos comerciantes que actualmente vendem no segundo mercado do Sabadão operava no primeiro mercado com o mesmo nome. No entanto, o então administrador municipal de Cacuaco, Carlos Cavuquila, optou por transferir todos os comerciantes para o segundo mercado, face ao lamaçal e inundações que se verificavam no interior do primeiro mercado, sempre que chovesse.
Na sequência do processo de transferência, os proprietários dos dois mercados assinaram um memorando, no qual concordaram que os operadores regressariam para o primeiro mercado, tão logo o espaço fosse reabilitado. No entanto, recuperado quase três anos depois, o acordo continua por se cumprir, o que leva os proprietários a acusarem-se mutuamente.
Inocêncio Maya, responsável do primeiro mercado, acusa Manico Henda, dono do segundo Sabadão, de se recusar a respeitar o compromisso, e de estar a “usar influências junto da administração de Cacuaco, recorrendo ao suborno para abafar o caso”, além de “promover uma campanha de difamação”.
O empresário, que teme ver-se forçado a encerrar o mercado, face à falta de operadores, sublinha ter reabilitado com “urgência” o espaço, na esperança de o local vir a servir de fonte de renda para continuar a apoiar a casa de caridade por ele administrada, com um total de 280 idosos.
A administração do segundo mercado, de Manico Henda, contra-ataca, acusando Inocêncio Maya de estar a “instrumentalizar” efectivos da Polícia Nacional e funcionários da fiscalização para forçar os comerciantes a regressarem ao antigo mercado, que, como afirma, “ainda não oferece condições mínimas” para a venda.
Alfredo Bonifácio, administrador do segundo mercado, explica que os vendedores é que “se recusam a abandonar o local” por alegadamente “oferecer melhores condições de venda e de higiene”.
Ambos os mercados estão localizados na estrada principal que liga Luanda à Funda, na Caop Velha, e são tidos como os destinos da produção agrícola realizada em Luanda. Na antiga feira, os comerciantes pagam uma taxa diária de 100 kwanzas, sendo que, no segundo mercado, o custo diário está fixado em 350 kwanzas.
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