Política monetária e desenvolvimento produtivo: a influência dos indicadores estruturais na determinação da taxa básica de juros
No atual momento em que a taxa básica de juros angolana está em 17% ao ano, os fundamentos teóricos e algumas evidências empíricas, baseadas em dados em painéis e em séries temporais, não recomendam otimismo na retomada do crescimento, a partir dos componentes de investimento e consumo. Angola, com sua fraca resiliência aos choques, tanto domésticos quanto externos, torna-se num ambiente econômico interessante para a observação do uso da política monetária e sua correlação com outras forças macroeconômicas. Com uma taxa de inflação acumulada em 11,25%, o país não registra alterações significativas na taxa básica de juros, desde julho de 2022, quando a inflação alcançou o patamar de 21,40%.
Contudo, a alta na taxa Selic parece seguir uma tendência dos principais países em desenvolvimento. Entre o MINT, grupo das economias de rápido crescimento, o México apresenta juros de 11,25%; a Indonésia, atualmente expansionista, tem
uma Selic de 5,75%; a Nigéria, 18,75; e a Turquia, na última revisão de 21 de Julho deste ano, definiu os juros em 17,50%. Embora entre o BRICS, o bloco dos países emergentes, apenas o Brasil possua juros altos (13,25%), grande parte dos países em desenvolvimento, geralmente, possui taxas maiores, relativamente aos países desenvolvidos. Essa diferença pode ser atribuída a divergências fundamentais no grau de desenvolvimento produtivo. A partir disso, os bancos centrais, embora cuidem das flutuações cíclicas, avaliam, também, alguns parâmetros estruturais na definição da taxa básica de juros. Especificamente, quanto menor o grau de desenvolvimento produtivo de um país, maior é sua produção agregada potencial. As implicações desse componente estrutural do PIB podem ser examinadas em seus reflexos sobre a esfera cíclica do PIB – o hiato do produto – que atua como um dos parâmetros importantes do comportamento da inflação e do desemprego, influenciando as decisões da taxa de juros.
Para ler o artigo completo no Jornal em PDF, faça já a sua assinatura, clicando em ‘Assine já’ no canto superior direito deste site.
UIF, ENTRE MENTIRAS E A IGNORÂNCIA