Presidente do MPLA admite rever previsões económicas
O presidente do MPLA, João Lourenço, admitiu, esta sexta-feira, a possibilidade de se ajustar as previsões económicas, devido à baixa do preço do petróleo, como consequência da pandemia do Covid-19 a nível mundial.
João Lourenço discursava na 3.ª sessão ordinária do Comité Central do MPLA, partido que governa Angola.
“As nossas previsões devem ser repensadas, revistas e ajustadas a esta inesperada e desfavorável circunstância, sem contudo abandonar os grandes compromissos para com os cidadãos, o país e as instituições financeiras internacionais que, certamente, nos ajudarão a atravessar mais este desafio”, exprimiu.
Segundo o presidente do MPLA, o preço do petróleo bruto nunca tinha conhecido uma queda tão abrupta em tão curto espaço de tempo como nesses dias.
Notou que, em pouco mais de dois meses, a economia mundial foi seriamente atingida, as principais indústrias foram profundamente afectadas e o número de empresas temporariamente encerradas ou a trabalhar muito abaixo das capacidades instaladas.
“Todas as economias do mundo, grandes e pequenas, produtores e não produtores de petróleo se ressentem, e cresce a incerteza no futuro mais próximo”, observou o líder do MPLA.
O Covid-19 causou milhares de vítimas mortais em diferentes países sobretudo da Ásia, da Europa e da América. África é o continente, por enquanto, o menos atingido.
Segundo o presidente do MPLA, com vista a salvaguardar a saúde pública e reduzir o máximo as probabilidades de propagação da pandemia, cada país deve fazer a sua parte.
Fez saber que Angola está a tomar medidas de prevenção, que se resumem ao controlo sanitário epidemiológico das entradas de viajantes pelas fronteiras nacionais, com particular atenção dos cidadãos provenientes de países de risco elevado com base nos critérios definidos pela organização Mundial de Saúde (OMS).
Lembrou que estão abertos, por enquanto, dois centros de quarentena e leva-se a cabo uma campanha de educação, com vista a alertar o cidadão da necessidade de se adoptarem novos comportamentos e atitudes sociais para se prevenir a possibilidade de contrair o vírus.
País cria condições técnicas para testes do Covid-19
Ao longo da sua intervenção, João Lourenço confirmou que estão criadas as condições técnicas para se fazer o teste no país, cujos resultados são conhecidos em 24 horas.
Apelou às empresas, repartições públicas, estabelecimentos de ensinos e outras instituições, que tenham um grande movimento diário de entrada e saída de pessoas, a criar o mínimo de condições para a higiene das mãos e serem os primeiros a comunicar as autoridades sanitárias os eventuais casos suspeitos que detectarem.
“Angola não tem nenhum caso confirmado positivo, daí a necessidade de se trabalhar mais na prevenção, tendo em conta que a doença não tem, por enquanto, cura nem vacina.”, atestou.
O líder do MPLA exortou a comunicação social a desempenhar o seu papel informativo, mas sobretudo educativo fazendo chegar ao grande público os conselhos e instruções das autoridades sanitárias do país.
Aos utilizadores das redes sociais, aconselhou ao uso responsável desta importante ferramenta de comunicação, abstendo-se de criar, reproduzir ou disseminar notícias cuja autoria não seja das autoridades competentes.
Produção interna
O também Titular do Poder Executivo manifestou a necessidade de se trabalhar efectivamente na produção interna de produtos de exportação e na diversificação da economia.
Para si, o país tem de encontrar novas fontes de geração de divisas. “O desafio é grande, o momento é de trabalho e de luta e não de lamentações. Que o debate público seja realizado com este espírito de luta”, finalizou.
Festas em Angola deixaram de ser negócio rentável