REFINARIAS ENCALHADAS

02 Oct. 2024 Editorial

As notícias não deixam dúvidas. Os números também não. Angola está com dificuldades sérias para atrair investimento estrageiro. Diferente das lentes que usa o Governo do Presidente João Lourenço, a dos investidores estrangeiros dizem que Angola ainda não é bom um país para investir. Que não há um bom ambiente de negócios. Vamos repeti-lo: nãos somos nós, são os números que o dizem. 

REFINARIAS ENCALHADAS

No segundo trimestre, por exemplo, houve um recuo de 66% no investimento directo estrangeiro (IDE) fora do petróleo. Os dados do Banco Nacional de Angola indicam que o investimento recuou dos 133,5 milhões no primeiro trimestre, para os 44,8 milhões de dólares, no segundo. Os números só impressionam quando os olhos viram especificamente para o sector petrolífero. Saíram dos 1,9 mil milhões para os 2,5 mil milhões de dólares entre o primeiro e o segundo trimestres. Comparados os dados, é como se não houvesse, de facto, investimento estrangeiro fora do petróleo.

Os factos no petróleo, em todo o caso, também não estão um mar de rosas. Na última semana, este jornal noticiou em exclusivo que os chineses recusaram um pedido de financiamento da Refinaria do Lobito. Em visita de Estado à China em Maio, João Lourenço tentou desbloquear o tema da refinaria com um pedido de financiamento de centenas de milhões de dólares, mas ouviu um ‘não’ sereno de Xi Jinping. Também encalhada, tal como noticiámos, está a Refinaria do Soyo. Após o lançamento da primeira pedra em 13 de Maio de 2022, nada avançou. Passados mais de dois anos, nem água vai, nem água vem. Os norte-americanos da Quanten que assumiram o projecto não conseguem financiamento e tudo está parado. Do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás até já houve ameaças de rompimento do contrato, mas, até ao momento, as ameaças não passaram disso.

Para ler o artigo completo no Jornal em PDF, faça já a sua assinatura, clicando em 'Assine já' no canto superior direito deste site.