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ANEP defende troca para o público

Alunos devedores deveriam deixar o ensino privado

Alunos devedores deveriam deixar o ensino privado

 

Face à condição de desempregados em que se encontram muitos encarregados de educação, muitos alunos deveriam ser transferidos dos colégios privados para as escolas públicas, já que não conseguem pagar as mensalidades.

A opinião é do presidente da Associação Nacional do Ensino Particular (Anep), António Pacavira, que estima em cerca de 40% o índice de inadimplência nos colégios, em que muitos alunos acumulam dívidas de meses.

“Os pais não estão a trabalhar, mas insistem em mantê-los”, realça, reconhecendo, no entanto, a falta de capacidade nas escolas públicas para absorverem estes alunos.

António Pacavira nota que os colégios têm vindo a negociar com os encarregados para que os seus educandos façam as provas sem sobressaltos, ficando condicionada a correcção e publicação dos resultados ao pagamento das mensalidades em atraso, dai não haver “alarido” em volta das provas. “Estamos a fazer o nosso papel, que é de inclusão. Apesar de não terem as propinas em dia, os alunos estão a fazer as provas”, reitera.

O presidente da Anep denuncia, no entanto, o que considera falta de solidariedade de algumas escolas públicas e privadas que recebem alunos sem documentos e com pendência financeira noutras escolas. “Há país cujos miúdos terminam o ano lectivo e depois não vão saber dos resultados. Quando a gente se apercebe, o aluno está a estudar em alguma pública ou privadas sem documentos”, critica.

Apesar das dificuldades, de acordo com António Pacavira, os colégios estão a conseguir pagar “despesas mínimas” com salários, segurança, luz, água e honrar compromissos com o fisco. 

Mais de mil colégios fazem parte da Associação Nacional do Ensino Particular, sendo que a maioria dos não associados se encontra na periferia e, segundo Pacavira, não se integram para escaparem às exigências da associação e do Ministério da Educação.