ANGOLA GROWING
INSTITUIÇÕES DEVEM PRIMEIRO REUNIR CONDIÇÕES NECESSÁRIAS

Abertura de cursos nas universidades pode ter novas regras

ENSINO SUPERIOR. Ministra garante que a atenção deverá ser prestada aos projectos já aprovados e que estão em curso. E reconhece a necessidade de se revisarem os recursos humanos, da contratação ao fomento da formação, entre outras medidas.

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As instituições do ensino superior em Angola podem ter, nos próximos tempos, novas regras para a abertura de cursos de licenciatura. A informação foi transmitida pela ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, que esteve de visita, na passada semana, na Escola Superior Politécnica, no Instituto Superior Politécnico e na Faculdade de Medicina de Malanje.

A governante, exortou, na ocasião, os gestores de unidades orgânicas da Universidade Lueji A’Nkonde (ULAN) no sentido de “evitarem a abertura de novos cursos sem que haja condições infra-estruturais e de docência necessárias e compatíveis”.

De acordo com a dirigente, que também constatou o funcionamento e o grau de execução física das obras do Instituto Superior de Tecnologia Agro-Alimentar de Malanje (ISTAM), urge melhorar a qualidade de serviço que as instituições de ensino superior prestam à sociedade, evitando-se novos cursos quando ainda não há condições efectivas como infra-estruturas, docentes, apoios sociais para os estudantes, entre outros aspectos para atender à procura dos cursos já existentes.

Maria do Rosário Sambo realçou que a atenção deverá ser prestada aos projectos já aprovados e em curso, ao invés de se pensar noutros, tendo reconhecido haver necessidade de se revisarem os recursos humanos, desde a contratação, bem como fomentar a formação e outras medidas que ajudam a melhorar a gestão dos mesmos, incluindo docentes e não docentes.

A ministra desabafou que as instituições que visitou, à semelhança de outras do país, enfrentam dificuldades de vária ordem ligadas à falta de laboratórios, de docentes angolanos, sobretudo na Faculdade de Medicina, onde grande parte é de nacionalidade cubana, aspectos esses que devem ser ultrapassados.

Considerou haver também dificuldades de orçamento próprio, informatização das bibliotecas e criação de bases de dados devidamente informatizadas para o melhor controlo do acervo bibliográfico que ainda é escasso.

Por outro lado, disse também ter constatado um panorama extremamente animador no ISTAM, no que toca à dinâmica da gestão e das obras, porquanto tudo está a ser feito para que a instituição entre em funcionamento no próximo ano, faltando apenas a conclusão de pequenos detalhes e a instalação da rede eléctrica e água potável, a partir das fontes públicas, bem como apetrechamento dos laboratórios, situações que, até ao momento, não se concretizam por “dificuldades financeiras”.

O ISTAM já funciona há quatro anos em instalações provisórias anexas ao colégio Amílcar Cabral, enquanto decorrem as obras de construção do edifício próprio, iniciadas em 2014. O edifício compreende 10 salas, 24 laboratórios e vai albergar 350 estudantes por cada turno, na especialidade de tecnologia agro-alimentar.

O curso de tecnologia agro-alimentar tem duração de cinco anos e, actualmente, a instituição conta com 158 estudantes em formação do primeiro ao quinto ano, sendo que os primeiros licenciados deverão sair em 2019.

O instituto conta com departamentos de ciências agrárias e alimentares, de engenharias de processos e industrial, bem como um centro de estudos de investigação científica.

Antes, a ministra passou pelo Kwanza-Norte, onde visitou a Escola Superior Pedagógica, tendo apontado a falta de planificação adequada que corresponda ao crescimento do número de estudantes que ingressam ao ensino superior às condições humanas e materiais existentes como principal problema de estrangulamento desse sistema de ensino.