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NA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Angola e África do Sul reforçam cooperação

ACORDO. Estabelecido em 2008, o acordo, cuja implementação iniciou em 2011, já permitiu o financiamento de 11 projectos de investigação científica. Ambos têm cooperado também na mobilidade de investigadores e estudantes e procuram medidas para se ultrapassarem as dificuldades que condicionam outros projectos.

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Delegações de Angola e da África do Sul reuniram-se recentemente, em Luanda, para o 8.º encontro técnico conjunto em ciência e tecnologia. A reunião resultou de um acordo que os dois países assinaram em 2008 e cuja implementação teve início três anos depois, dando origem ao lançamento de dois editais de financiamento conjunto de projectos de investigação científica, com a aprovação faseada de um total de 11 projectos nas tecnologias de informação e comunicação, biociências e biotecnologia, além do chamado “conhecimento endógeno ou tradicional”.

Os trabalhos dos técnicos, cujas conclusões não foram divulgadas à imprensa, constituiu em analisar os ‘frutos’ desta cooperação, apresentando um balanço do que já foi feito, além de propor caminhos para que a plataforma bilateral siga em frente e proponha métodos que ajudem a transferir para o sector produtivo/industrial os resultados obtidos nas investigações. Na reunião, que permitiu igualmente a troca de experiências entre investigadores angolanos e sul-africanos, ficou o desafio de os técnicos prepararem uma brochura com a compilação dos principais resultados de uma cooperação de quase uma década.

O comité técnico conjunto é co-liderado por António de Alcochete, do lado de Angola, e Mabuzela Mampei, da África do Sul. Esta última declarou, na abertura do encontro, que a cooperação tem sido “frutífera”, na medida em que permitiu a criação de uma “vasta” rede de pesquisas com capacidade para dar resposta aos desafios sociais. “Sabemos que o actual contexto financeiro não é dos melhores”, admitiu a responsável sul-africana, que teve o apelo reforçado pelo ‘homólogo’ angolano. António Alcochete, em declarações à imprensa, reconheceu que o país ainda precisa de melhorar neste domínio.

O responsável, que lidera a Direcção Nacional de Investigação Científica, explicou que o país tem realizado, desde 2012, inquéritos nacionais sobre indicadores de ciência, tecnologia e inovação. As falhas nos procedimentos internacionalmente recomendados, sobretudo na primeira edição, impediram o país de ter êxito no início, pelo que apenas em 2014/2015 Angola conseguiu publicar, pela primeira vez, no relatório mundial da Unesco sobre a ciência, dados sobre o nível de desenvolvimento da investigação científica no país. “Quem quiser fazer alguma definição sobre as condições de Angola neste domínio pode basear-se neste relatório e tirar as suas próprias conclusões”, considera António de Alcochete, embora avance que, pelos dados recolhidos, o país está numa posição “relativamente baixa”.