DISTINÇÃO. Angolano que cuida da palanca negra gigante foi distinguido com prémio da Organização Tusk do Reino Unido. Príncipe William presenciou acto.

O pastor de palancas Manuel Sacaia recebeu na semana passada, em Londres, o prestigiado prémio da Tusk, na categoria de Fiscal de 2016. O prémio foi atribuído na presença do Príncipe do Reino Unido, William, anunciou o site da Fundação Kissama.

O malangino, natural do Luquembo, torna-se assim no primeiro angolano a figurar entre os cinco finalistas ao ‘Tusk Game Ranger Award’, que visa galardoar “pessoas extraordinárias, cujo trabalho e vida poderiam passar despercebidos fora de seus campos”. A organização considera que o trabalho destes “heróis desconhecidos fazem com que a vida selvagem e as comunidades na África salvaguardem o futuro para todos nós”.

O veterano pastor de palancas na Reserva Natural Integral do Luando, Manuel Muhongo Sacaia, de 62 anos, arrebatou o prémio na categoria de fiscais e conservação.

O conceituado fiscal reconheceu, em entrevista ao jornal OPAÍS, não ser tarefa fácil proteger a palanca negra. Manuel Sacaia ganhou o interesse aos 14 anos, quando trabalhava como ajudante de cozinha e potencial fiscal da palanca, tendo acompanhado um cientista norte-americano, que esteve em Malanje para estudar a palanca. Desde então, dedica-se à preservação do animal, mesmo com os riscos de vida por que tem passado.

A Fundação Kissama, que desenvolve o programa dos Pastores da Palanca (membros da comunidades, alguns antigos fiscais, que se dedicam ao patrulhamento e protecção da palanca) candidatou este ano o fiscal para o Prémio.