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Em causa à subida do endividamento interno

BNA diz que dívida pública de Angola foi de 71%

O Banco Nacional de Angola (BNA) colocou hoje (24) a dívida pública total do país no final do ano passado em 78.500 milhões de dólares, representando 71,04% do Produto Interno Bruto (PIB), devido à subida do endividamento interno.

 

BNA diz que dívida pública de Angola foi de 71%

No Relatório e Contas de 2017, o BNA diz que "a dívida pública total se situou em 78,57 mil milhões de dólares, representando 71,04% do PIB, situando-se fora da meta de SADC de 60% do PIB".

No documento, explica-se que "esta evolução se refletiu, essencialmente, no aumento do endividamento interno para fazer face às necessidades de financiamento do Tesouro como forma de compensar a dificuldade de arrecadação de receitas face à conjuntura".

O relatório do BNA surge menos de duas semanas depois de a secretária de Estado do Orçamento, Aia Eza da Silva, ter estimado a dívida do país em cerca de 70 mil milhões de dólares.

"A nossa dívida governamental hoje está a rondar os 70 mil milhões de dólares", disse a governante durante a apresentação do Quadro Macroeconómico 2019 e os Limites da Despesa para Elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2019, a 16, deste mês.

No Relatório e Contas do BNA, especifica-se que "o stock da dívida interna (títulos públicos) ascendeu a USD 34,83 mil milhões (31,49% do PIB). Por sua vez, o stock da dívida externa ascendeu aos USD 43,74 mil milhões, passando a representar 39,55% do PIB".

O aumento da dívida pública foi uma das razões que levou algumas agências de notação financeira a descer o 'rating' de Angola no ano passado, sendo que as três principais (Moody's, Standard & Poor's e Fitch) colocam o país abaixo do nível de recomendação de investimento, ou 'lixo' ou 'junk', como normalmente é conhecido.

"Com o aumento do peso da dívida interna no PIB, as taxas de juro foram pressionadas em alta como já foi verificado ao longo dos últimos três anos, uma vez que existe a possibilidade de os investidores exigirem prémios de risco cada vez mais elevados à medida que o rácio Dívida/PIB cresce e a arrecadação, quer de cambiais, quer de receitas em moeda nacional vai diminuindo", explica o banco central.