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BNA lança Contas Nacionais Financeiras

ESTATÍSTICAS. Mercado financeiro passa a contar com instrumento que reúne toda a informação do sector, à semelhança das ‘Contas Nacionais’produzidas pelo INE. Iniciativa é do banco central.

 

BNA lança Contas Nacionais Financeiras

O Banco Nacional de Angola vai implementar, nos próximos dias, a compilação das Contas Nacionais Financeiras (CNF), um mecanismo de registos de dados estatísticos de toda a actividade financeira nacional. O projecto integra um conjunto de cinco desafios que o BNA pretende instituir, com destaque ainda para a criação de uma Central de Balanços (CB), a automatização dos processos estatísticos e a centralização das informações estatísticas, além da criação de um canal único para a sua difusão.

“A implementação do projecto de compilação das estatísticas das outras sociedades financeiras trará mais-valias para o sistema financeiro angolano, como estudo da estrutura de financiamento da economia e monitorização da estabilidade financeira, análise de uma conjuntura e previsão, reforçando deste modo os instrumentos de análise e suporte à tomada de decisão e implementação da politica económica e monetária”, considera o banco central.

A CNF deve funcionar como um colector de informações do sistema financeiro, do bancário ao não-bancário, com informações detalhadas sobre o sector, à semelhança das Contas Nacionais publicadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Consta ainda dessa estratégia a redução dos prazos de divulgação das estatísticas, “com realce para a publicação da balança de pagamentos”, que, como antevê o BNA, passará a ser elaborada “numa base trimestral”.

Já com a Central de Balanços, o banco central espera reunir informação estatística sobre as sociedades não-financeiras. Esta medida já está a ser ensaiada pelo banco central e foi tornada pública há duas semanas no 10.º encontro dos bancos centrais da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), organizado este ano, em Benguela.

“O BNA pretende concretizar este projecto com base na recolha de informações contabilísticas fornecidas pelas entidades integrantes das Outras Sociedades Financeiras (OSF) [seguradoras, fundos de investimento, fundos de pensões, sociedades de microcrédito, casas de câmbio, sociedades de remessa de valores, sociedades de ‘leasing’ e de ‘factoring’, bem como as cooperativas de crédito], isto é, balancetes que são carregados ao Formulário de Declaração de Dados (FDD 4SR), disponibilizado pelo Fundo Monetário Internacional”, explicou o gabinete de estatística.

Estes dados são analisados ao “pormenor pelo Departamento de Estatística, precisamente, a Divisão de Estatística Monetária e Financeira, com a finalidade de apresentar, de forma consolidada, a informação real das OSF”, sublinha o banco central, que assegura já ter desenvolvido “várias funcionalidades tecnológicas, que passarão a efectuar as validações semânticas dos instrumentos existentes no FDD, automatizando assim o processo”.

ARSEG ENTRA NA ESTRATÉGIA

O BNA deverá contar com instituições parceiras dos outros sectores financeiros não-bancários, designadamente a Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) e a Comissão do Mercado de Capitais (CMC).

A integração dessas unidades de supervisão visa “fazer o intercâmbio, cruzamento dos dados e a sensibilização da importância do reporte destas informações pertinentes para o objectivo do BNA”.