BP regista perdas de mais de 4 mil milhões USD
A petrolífera BP informou hoje, 28, que registou perdas de 4.365 milhões de dólares no primeiro trimestre devido a condições "extraordinárias" provocadas pela pandemia da covid-19 e factores associados ao fornecimento e procura de petróleo.
Num comunicado enviado hoje à Bolsa de Valores de Londres, a BP - British Petroleum sublinha que no mesmo trimestre do ano passado a empresa tinha registado lucros de 2.934 milhões de dólares.
Os preços do petróleo colapsaram no primeiro trimestre deste ano, tendo passado de cerca de 64 dólares por barril no princípio de Janeiro para os actuais 19 dólares.
A petrolífera registou neste primeiro trimestre perdas antes de impostos de 4.524 milhões de dólares, contra lucros antes de impostos no valor de 4.782 milhões de dólares nos primeiros três meses de 2019.
As receitas totais da companhia cifraram-se no primeiro trimestre deste ano em 59.540 milhões de dólares, sublinhou a empresa, que divulga os resultados em dólares por ser a divisa das cotações do petróleo.
A BP sublinha que a forte contracção da procura de petróleo teve impacto nos seus resultados e que esta redução "pressionou severamente" o armazenamento do produto, afectando os preços do mesmo, lê-se no comunicado.
A petrolífera adianta que, em Março, o preço do petróleo Brent atingiu níveis nunca vistos em mais de uma década e que em relação ao futuro existem níveis de incerteza "excepcionais" sobre o preço e a procura de petróleo, especialmente se muitas economias continuarem a ser afectadas pelo actual confinamento.
O presidente executivo da BP, Bernard Looney, sublinhou que o "momento extraordinário" que o mundo vive exige "respostas extraordinárias" e adiantou que o sector do petróleo foi castigado pela situação nunca antes vista.
"Estamos a centrar os nossos esforços em proteger o nosso pessoal, apoiar as nossas comunidades e fortalecer as nossas finanças", adiantou.
O preço do barril de petróleo Brent para entrega em Junho terminou a 19,97 dólares no mercado de futuros de Londres na segunda-feira, menos 7,03% do que no final da sessão anterior, arrastado pelos problemas de armazenamento nos Estados Unidos.
A falta de espaço para armazenar os excedentes de produção nos Estados Unidos, devido ao colapso da procura provocado pela pandemia da covid-19, arrastou a cotação do Brent, com menos problemas de armazenamento, ainda que também atingido pela crise global.
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