Cartões Visa e Mastercard há mais de dois anos com uma única transacção
PAGAMENTOS. Há dois anos e meio que as estatísticas do subsistema de pagamento do BNA registaram uma única operação nos cartões de débito de marca internacional. Da única vez utilizada, nenhum dinheiro foi movimentado. Apenas os cartões de crédito e pré-pagos tiveram operações regulares, movimentando perto de um bilião de kwanzas.
As estatísticas do subsistema de pagamentos do Banco Nacional de Angola (BNA) registaram, nos últimos dois anos e meio, uma única operação com os cartões de débito das marcas Visa e Mastercad, de acordo com um balanço do banco central que compila o número de operações e dinheiros movimentados de 2012 a Abril último.
Da última vez que os cartões de débitos Visa e Mastercard (as marcas mais utilizadas no país) tiveram operação não movimentaram qualquer valor, sinalizando a cada vez menos utilização por parte dos clientes detentores desses mecanismos de pagamentos.
Segundo o relatório, 2016 foi o último ano em que os cartões tiveram acima de uma única operação, quando as estatísticas do BNA registaram 276,1 milhões de operações para 3,4 mil milhões de kwanzas.
De 2012 a Abril último, as estatísticas de utilização dos cartões de débitos no estrangeiro indicam para mais de 6,3 milhões (6.347.519) em operações com pagamentos de bens e serviços, tendo sido movimentados 90.488 milhões de kwanzas.
O balanço do subsistema de pagamentos do banco central é omisso quanto às razões da fraca utilização desses instrumentos de pagamentos, mas a situação pode estar associada às dificuldades financeiras dos clientes e aos custos com a utilização do serviço. As dificuldades no acesso às moedas estrangeiras também estão na base da fraca utilização dos cartões. Por conta disso, alguns bancos vedaram a emissão de novos cartões.
Desde 2016 a maioria dos bancos restringiu a emissão de novos cartões, com aumento das condições de acesso. No BPC, por exemplo, os clientes eram obrigados a deixar cativa ou a abrir uma conta poupança no valor de 200 mil kwanzas para acederem ao serviço, medida que mais tarde viria a ser contestada pelo banco central.
O banco público chegou a publicar, em janeiro de 2018, um documento a avisar sobre as alterações na utilização dos cartões, que justificara com “condicionantes do mercado cambial”. Na altura, não avançou preços, limitando-se a referir-se a “ajustes”.
Em Fevereiro do mesmo ano, o BFA, o líder dos lucros na banca nacional, seguiu a mesma medida e anunciou alterações nos limites de carregamento do cartão. “Informamos que, a partir do dia 24 de Fevereiro de 2018, os limites de utilização no estrageiro dos cartões VISA (Mwangolé Classic, Mwangolé Gold e Kandandu) serão alterados”, anunciara o banco.
Movimento só nos cartões de crédito…
Do balanço do BNA, só se vê movimento e transacções financeiras nos cartões de crédito. O subsistema de pagamentos do banco central registou 16,2 milhões de operações e um total de 464,6 mil milhões de kwanzas, no período de 2012 a Abril do ano corrente.
À semelhança dos cartões de débito, os últimos dois anos e meio foram os que menos movimentos registaram, destaque para Abril deste ano que, em 443,2 mil operações, foram transaccionados apenas 18,6 mil milhões de kwanzas.
…e nos pré-pagos
Também houve registos de operações e transacções nos cartões do tipo pré-pago. No mesmo período, este tipo de cartão teve 31,5 milhões de operações, tendo movimentado um total de 535,04 mil milhões de kwanzas. Somados os movimentos dos cartões de crédito e os pré-pagos das marcas internacionais, o valor transacionado chega perto de um bilião de kwanzas, considerando o período de 2012 a Abril de 2019.
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