Como as TMT estão a transformar a função financeira e fiscal
Globalmente, as organizações TMT estão a considerar o co-sourcing para potenciar sucesso das operações num ambiente mais complexo, constata o survey global EY Tax and Finance Operate (TFO), que contou com mais de 1.000 executivos de 35 países.
Nos últimos anos, um dos grandes desafios das organizações tem sido identificar o equílibrio entre competências para gerir obrigações de compliance e complexidade regulatória crescente, e lidar com os saltos quânticos em tecnologia e gestão de dados.
Mais recentemente, as empresas tiveram de lidar com o choque decorrente da pandemia da covid-19, com muitas das mesmas pressões em vigor antes da crise, aguardando a sua atenção quando a pandemia diminuir. É claro que construir uma base operacional resiliente é mais importante do que nunca para as empresas globais. E como facilitadores da conformidade e coletores de dados, as funções fiscais e financeiras são a pedra angular.
No âmbito do survey EY TFO, 79% das organizações de TMT definiram um plano de redução de custos nos próximos dois anos, e 80% refere que provavelmente irão optar pelo co-sourcing tecnológico no âmbito da função financeira e fiscal, pois 64% das equipas investe o tempo em tarefas de compliance e reduzido valor acrescentado para a organização, processos que estas organizações têm consciência de não ter expertise para desenvolver soluções de automatização.
Aliás, a falta de um plano/estratégia para a gestão de dados e a transformação digital é citada como a maior barreira para alcançarem uma função financeira e fiscal alinhada com os objetivos de geração de valor para a organização.
Curiosamente, as organizações TMT, que, por natureza, são o epicentro do desenvolvimento tecnológico para todas as outras indústrias, sentem alguma relutância em investir no desenvolvimento de competências e talento dos próprios profissionais, numa vertente tecnológica e, por isso, considerarem que o co-sourcing pode ser a solução certa, conjugando expertise financeira e fiscal e ferramentas tecnológicas de um provider, com o know-how interno de negócio.
Aliás, é convicção das organizações de TMT (30%) que nos próximos três anos, haverá um shift do mix de competências core da função financeira e fiscal, para capacidades de processamento de dados e tecnologia, pois sentem que tal é essencial face ao aumento das exigências de compliance digital (SAF-T, etc.), não se têm sentido ainda preparadas.
O caminho deste futuro é efetivamente muito desafiante. E o grande tema é a velocidade da mudança e a necessidade de ajustamento.
Então qual a abordagem a tomar?
• Definir o objetivo do modelo da função financeira/fiscal – este é o momento para avaliar as prioridades relativamente a controlo de custos, criação de valor e gestão de risco e como a função financeira/fiscal podem contribuir para a estratégia de negócio core;
• Determinar o que desenvolver internamente – manter os processos financeiros e fiscais in-house requer um bom nível de transformação organizacional envolvendo recursos humanos, dados, processos e tecnologia. A opção de manter apenas as atividades de valor acrescentado e best-in-class pode ser a mais acertada, mas é importante ter um razoável nível de segurança quanto à capacidade de implementar tal transformação;
• Definir que atividades colocar em co-sourcing – a decisão de fazer o co-sourcing de processos mais rotineiros e menor valor acrescentado, que requerem investimentos em tecnologia com difícil ou longo retorno pode ser recomendável;
• Identificar o mix de equilíbrio – o bom senso levará as organizações a manter sob seu controlo as atividades de valor acrescentado e gestão de risco fiscal, externalizando as de menor valor acrescentado e tecnologia intensiva de compliance digital (para a qual não existe know-how interno para desenvolvimento). E, para tal, é importante uma clara identificação de umas e outras (o que nem sempre é claro, pois as equipas estão demasiado absorvidas no compliance sem terem real noção das atividades de valor acrescentado que podem ser desempenhadas).
É preciso decidir e agir. Estratégia é fundamental e o Tax and Finance Operate pode fazer parte da solução!
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