E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, no final de uma semana marcada por mais mortes de manifestantes às mãos de uma polícia partidarizada e mal ajustada que falha tantas vezes na compreensão básica da sua própria razão de ser: a protecção da população e o estrito respeito pela Constituição e pelas convenções internacionais de que Angola é parte. Torna-se, infelizmente, cada vez mais oportuno lembrar a campanha das organizações não governamentais “Proteger o protesto” pelo direito à manifestação e fim da violência policial em Angola. Desde que foi lançada, a polícia voltou a fazer recurso da violência contra manifestantes um pouco por todo o país, e pergunto-me se os policias que usam de violência contra zungueiras que tantas vezes os alimentam, contra taxistas que tantas vezes os transportam e até contra crianças que podiam bem ser seus filhos, conseguem sentir que cumprem as suas missões. As manifestações no Huambo, fruto da implementação atabalhoada da retirada da subvenção combustível, da falta de preparação da medida, eram previsíveis porque não houve o cuidado de criar condições logísticas para que os taxistas e kupapatas (que servem para colmatar as falhas de prestação de serviços públicos de transporte), pudessem abastecer, ao abrigo das excepções anunciadas.
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