E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que, a Human Rights Watch (HRW) outra organização internacional dos direitos humanos afirmou que desde janeiro deste ano as forças de segurança cometeram mais de uma dúzia de execuções, bem como vários outros abusos graves como detenções arbitrárias de manifestantes e activistas políticos. A HRW lembra do conhecimento do governo dos casos e de como os ignora ostensivamente sem que existam investigações credíveis, uma atitude que naturalmente incentiva a violência contra cidadãos por parte do Estado. Vale lembrar também a propósito que a UNITA fala em mais de 170 assassinatos de cidadãos pelas mãos das forças de segurança entre 2017 e 2023.
A propósito de erros, uma Nação que parece estar a evitar repetir erros frequentes em África é Moçambique, cujo presidente marcou na semana que passou eleições presidenciais. Felipe Nyusi convocou as sétimas eleições presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais para outubro de 2024 e, apesar de não o ter anunciado, fechou em larga medida a porta à possibilidade de um terceiro mandato que, tal como o seu homólogo angolano, andava a namorar, ‘atirando o barro à parede a ver se colava’...
“Sobre terceiro mandato falamos depois disse Jlo numa entrevista em que teve a oportunidade de enterrar esse assunto, que não é menos do que um atentado à Constituição, e escolheu mantê-lo em aberto.
Em Moçambique ‘o barro que Nyussi tentou atirar à parede’ não colou porque dentro do seu próprio partido, que tal como o MPLA em Angola está no poder desde a Independência, não houve consenso em torno do líder, a mentalidade de carneirada não vingou e a oportunidade de alterar a Constituição para aumentar o limite de mandato passou com apenas a alteração da data para convocação das eleições de 18 para 15 meses de antecedência e o empurrar das eleições distritais.
Moçambique, nação em tantos aspectos comparável a Angola, tem uma maturidade política superior à nossa, apesar dos tropeções e da falta de tradução dessa maturidade em qualidade de vida das populações. Em Moçambique a imprensa é forte e de facto contrapoder.
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