Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, nesta que é a última edição do ano 2023, depois de uma semana em que a outra instituição a que pertenço, para além desta casa que lhe traz o Valor Económico, a Rádio Essencial que lhe trouxe o Nova Gazeta que muito me orgulham, contou 63 jornalistas mortos em Gaza em 63 dias de guerra. Guerra ou melhor dizendo de inferno que Israel entendeu descer em Gaza que está a caminho de dois milhões de deslocados, de reclamar 20 mil vidas, sendo pelo menos 7,112 de crianças.  

O Comité de Protecção de Jornalistas nos 30 anos em que recolhe e sinaliza atropelos contra a imprensa e contra os jornalistas em todo o mundo (e que documentou ontem o assassinato de um na região que cubro, a África lusófona, em Moçambique) nunca tinha documentado tanta morte entre a classe em tão pouco tempo. Uma média de um jornalista morto por dia. Há relatos de acções cirúrgicas contra meios de comunicação, claramente orquestradas para silenciar o que ali se passa (o que é importante para continuar a justificar com uma necessidade de defesa do que cada vez mais se assemelha a um genocídio junto da opinião pública internacional). E os poucos profissionais que conseguem lá continuar a trabalhar têm relatado muitas vezes as mortes de colegas e amigos, das suas próprias famílias, dos seus filhos, pais, gerações inteiras que enfrentam bombardeamentos que não poupam civis, sejam jornalistas, médicos, crianças, velhos - vai tudo. 

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