E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de um final de semana em que a marcar a actualidade entre nós esteve a visita do secretário de Estado americano, o exonera/nomeia, desta feita ao som da “usurpação de poderes” que para governados tem significado tão pouco e esteve a vitória da selecção nacional que passou de besta a bestial à custa de uma vitória sobre a Namíbia que a colocou nos quartos finais. Uma vitória que valeu também muitas discussões sobre a mendicância da selecção, que levou a que um jogador lembrasse que a apesar da felicidade não esqueciam que muitos passam fome no país, e a que corresse um post com a estiga, supostamente por parte dos namibianos que dizia “tomara que essa vitória melhore o vosso sistema de saúde, saneamento e estradas”... A marcar a actualidade da semana esteve ainda a presença de Angola pela primeira vez desde a década de noventa no censo mundial de jornalistas presos do Comité de Protecção de Jornalistas que lista os jornalistas presos em todo o mundo em conexão com o seu trabalho e demostra a regressão em termos de liberdade de imprensa, se o facto de quase não termos media privada hoje em dia e de estarmos reduzidos a pouco mais do que dois ou três jornais impressos não fosse suficiente.
A actualidade internacional no final da semana coincidiu com uma sentença provisória do Tribunal Internacional que dita a Israel que tome todas as medidas para prevenir actos genocidas em Gaza no seguimento da acção desencadeada pela África do Sul que acusava Israel de perpetrar um genocídio a olhos visto disfarçado de autodefesa.
O Tribunal Internacional das Nações Unidas ouviu que perto de dois milhões de palestinianos se tornaram refugiados, que cerca de 26 mil, maioritariamente mulheres e crianças (sendo que crianças foram pelo menos 8 mil) foram mortos, depois de mais de 100 dias de bombardeamentos onde foram usadas inclusive bombas de mais de 900 kilos que causam uma destruição que não era vista desde a guerra no Vietnam, que numa área tão densamente povoada causam muitos mais mortos civis do que qualquer acção de defesa possa justificar e que segundo experts vai levar décadas para que as comunidades se possam recuperar, sendo que o direito humanitário internacional proíbe os bombardeamentos indiscriminados.
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