E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana de Páscoa em que fizeram eco nas redes sociais palavras atribuídas ao papa dizendo “comam o que quiserem porque o sacrifício está no coração e não e não na boca”. Uma mensagem bonita, mas que segundo as várias plataformas de factchecking, de verificação de informação não foi proferida pelo Papa, pelo menos não oficialmente. Mais um exemplo de conteúdo falso que circula nas redes sociais e que lembra sempre porque é que elas não podem substituir os jornais e os meios clássicos de informação que têm informação verificada e que cumprem regras de deontologia jornalística.
Esta foi também uma semana em que finalmente uma abstenção dos Estados Unidos da América permitiu a aprovação de uma resolução de cessar-fogo em Gaza pelos outros 14 membros, incluindo os permanentes Rússia, China, França e Reino Unido. É verdade que, a avaliar pela resposta de Israel à outra resolução das Nações Unidas, de 2016, que exigia que Israel parasse a construção na zona ocupada de Gaza, e que Israel ignorou com sucesso, a existência da resolução não significa o respeito ao cessar-fogo até porque os EUA, que se abstiveram agora podem sempre bloquear quaisquer sanções mais graves, no entanto continua a ser um passo na direcção certa. Aquela mortandade, sem que os líderes mundiais se movessem, estava a manchar a todos.
A semana no nosso continente foi marcada pela eleição do mais novo presidente da história do Senegal, à primeira volta - a primeira vez que acontece em 12 eleições - uma eleição de um homem que 10 dias antes do pleito estava atrás das grades... Os senegaleses, particularmente os mais jovens num país que como o nosso tem mais de 60 por cento da população jovem, estão a celebrar efusivamente nas ruas o renascer da esperança na governação que promete “reconciliar os corações e o povo senegalês para realizar as esperanças em si depositadas”- um renascer de esperança com que nós ainda só podemos sonhar. E, apesar de entre nós os comentários sobre a eleição de Bassirou Faye terem se focado nas suas duas mulheres que cumprem os sonhos de tantos homens angolanos, não faltam lições mais importantes a tirar dos acontecimentos e desta vitória no Senegal, apesar de reconhecidamente ser apenas o começo dos verdadeiros desafios que aí vêm para o novo presidente.
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