E agora pergunto eu...

15 Aug. 2024 Geralda Embaló Opinião

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que a actualidade mundial continuou marcada por uma série de protestos, alguns com caracter violento e até fascista, como se viu no Reino Unido, onde foram alguns protestos foram organizados pela extrema-direita que quer correr com os imigrantes do país. Tudo começou com um ataque à faca em que foram mortas três crianças no norte do país por um jovem que nem sequer era estrangeiro. Apesar de falso, circulou o boato de que o atacante seria um refugiado, e então a extrema-direita saiu à rua e atacou hotéis onde estavam alojados refugiados, atacando qualquer estrangeiro pelo meio e depois alastrando a acção para propriedade de estrangeiros e afins. Vi mesmo uma mensagem de um angolano residente no Reino Unido queixando-se de que foram atiradas pedras às janelas das suas filhas que ficaram aterrorizadas e porque vivi lá muitos anos e a minha filha também lá nasceu, este é um tema que me toca de perto... Para combater o racismo inerente a esses protestos foram organizados contraprotestos com magnitudes mais expressivas para as zonas onde se esperava que os da extrema-direita fossem aparecer. As ruas tiveram de ser inundadas de polícia para assegurar que os dois lados não se encontravam e não transformavam as ruas numa batalha campal. 

E agora pergunto eu...

Se porventura por aí surgirem comparações atrevidas, de gente que defende a actuação da polícia angolana quando há manifestações, e que tente aqui estabelecer paralelos, vale lembrar que a polícia quando intervém naquele caso é com o intuito de preservar vidas primeiro e propriedade depois. Tanto assim é que o tipo de armas que usa são tipicamente não letais. Lá, quando a sua actuação policial resulta em morte de cidadãos há investigações sérias e responsabilização dos agentes e chefias simplesmente porque a polícia serve para proteger os cidadãos em primeira instância, não para lhes tirar a vida porque tem força para o fazer. Polícia que abate manifestantes que protestam - como a Constituição consagra como direito fundamental e humano - como aconteceu com o jovem Inocêncio Matos em 2020, sem que até hoje se conheçam responsáveis, sendo que há episódios com mais mortos no Huambo, nas Lundas com impunidade total e demonstração de um padrão de desrespeito à vida grotesco, é polícia ao serviço de ditadura e não comparável ao que acontece com as dispersões que a polícia faz no mundo desenvolvido...  

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Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico