E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana marcada por reportes de que o presidente da nação mais poderosa do mundo está de viagem marcada para Angola. Já podemos imaginar os saltinhos de felicidade emocionados de alguns quadrantes entre nós que veem na visita a solução de todos ou pelo menos muitos dos problemas do país... a proverbial abertura da economia para o primeiro mundo, a abertura ao investimento, ao desenvolvimento, ao emprego, à qualidade de vida - a tudo o que a economia mais poderosa do mundo - e que vale quase trinta biliões de dólares - promete...
Depois, tal como dita a terceira Lei de Newton – e porque para toda a acção há uma reacção igual, com a mesma intensidade, mas oposta – há também a opinião de que o mais velho Biden, que está nesta altura a arrumar as botas, em fim de mandato e a pouco mais de um mês de eleições nos EUA, não cá vem fazer nada com relevância efectiva - uma opinião com a qual discordo em género, número e grau.
Joe Biden deve vir a Angola sim, primeiro porque o reconhecimento da sua própria incapacidade governativa poderia - com alguma sorte - servir de exemplo para o seu homólogo cujo desempenho governativo está à vista. Na semana que passou o Valor Económico lembrava que o presidente João Lourenço, que dizia querer ser lembrado como 'o presidente do milagre económico', depois de José Eduardo dos Santos ter passado à história como 'o presidente da paz', sete anos depois regista um retrocesso em termos de PIB na ordem de quase 25%, a segunda maior inflação de África e um aumento da pobreza extrema que leva a um êxodo de angolanos provavelmente superior ao verificado no tempo de guerra.
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