E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que até os violentos protestos pela democracia nas ruas em Moçambique, em que até a re-eleição de Trump nos EUA, tudo ficou em segundo plano entre nós, porque a semana foi do Baltazar... Gostamos de uma boa novela e a Guiné Equatorial, que quase nunca foi notícia internacional, particularmente não por tanto tempo, tomou conta da nossa actualidade.
O Baltazar foi longe demais e os muitos homens angolanos, muitos com um sentido curiosos de masculinidade, estão a endeusar o ‘rei mago’ da Guiné Equatorial, apesar de o mesmo ter feito pouco mais do que destruir uma série de famílias, incluindo a sua, de espalhar doenças e de provavelmente ter posto a cabeça a prémio... Assuntos que servem de distração perfeita já que enquanto estamos a acompanhar o drama do Baltazar não estamos a perguntar-nos o que é que faz os moçambicanos estarem na luta pelo país que não nos fez a nós lutar, ou nos faria lutar nas próximas eleições que provavelmente se preparam para assaltar... Segundo o líder da oposição moçambicana, Venâncio Mondlane os moçambicanos passaram a ser os americanos dos angolanos... e a ‘estiga’ está a doer porque costumava ser ao contrário, por causa da fama esbanjadora e arrogante de muitos angolanos que visitam Moçambique e que exibem esses comportamentos. O à-vontade excessivo angolano foi demonstrado também quando o então candidato presidencial angolano foi ao país irmão rotular oposição alheia - “uns malandros”. Em março de 2017 o candidato João Lourenço disse a uma audiência composta por membros da Frelimo que “a força está na nossa unidade. Se não formos unidos, os malandros vão-nos vencer. Os malandros estão unidos. Quer os de dentro, quer os de fora, estão unidos e não dormem. Andam todos os dias a pensar na forma como derrubar a FRELIMO e na forma de derrubar o MPLA”, afirmou o actual chefe de Estado, o nosso presidente sempre tão eloquente e tão feliz na escolha das palavras... mal sabíamos nós que os motivos de embaraço estavam só a começar.
Entretanto, e voltando à estiga do líder da oposição moçambicana, isso do ser americano, e depois da eleição americana é um conceito que também poderia ser revisto, mais com a escolha enfática de um presidente que é conhecido pelas tiradas anti-imigração que beiram o racismo, por ter subornado uma atriz porno e por ser condenado por isso e outras coisas como fuga aos impostos. E vale lembrar que antes dele estava o mais velho Biden que levantava duvidas a nível de capacidade cognitiva já há algum tempo. Isso de ser americano já não é o que era antigamente, no entanto o que é facto é que os americanos independentemente de quem é eleito, sabem reconhecer e respeitar o jogo democrático, sabem que a voz do povo certa ou errada é para ser respeitada, o que é bem mais do que temos em África, na maioria dos países. O Botswana foi a excepção mais recente, mas na maioria dos países como o nosso em que todo o tipo de “golpe baixo e jogo sujo” (para usar as criações tão ajustadas do cartoonista Sérgio Piçarra) são usados para a manutenção do poder decano e com tantas provas dadas de falta de competência para resolver os problemas, para retirar o país da espiral de subdesenvolvimento de pobreza em que se encontra.
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