E agora pergunto eu...

27 Feb. 2025 Geralda Embaló Opinião

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que o Trumpismo impactou directamente a actualidade nacional e em que celebrou um mês de rebuliço mundial anunciado como “um mês histórico pela administração americana". Nesse mês a administração Trump está a celebrar o fim das politicas de promoção da diversidade e espalhando o racismo e o pânico entre a comunidade gay como se a orientação sexual fosse simples escolha, o renomear do Golfo do México para Golfo da América para exaltação nacionalista (e meios de comunicação que não alinham são expulsos), de cortes de gastos do tesouro americano que levaram Elon Musk a girar num palco com uma serra eléctrica nas mãos em sinal dos cortes que tem feito. Celebra também o atirar de deportados para a prisão de Guantánamo Bay, a restauração da pena de morte em estados que já a tinham abolido, o abandono da Europa no apoio à guerra entre a Rússia e a Ucrânia (que foram os EUA a impulsionar), Trump fez questão de dizer que o presidente ucranianio “destruiu o seu pais e que fez um trabalho péssimo”, um mês que celebra o lançamento do caos entre todos os programas com algum patrocínio do EUA que são muitos pelo mundo fora, porque não é por acaso que os EUA são o país mais influente do mundo. Enfim um mês de terror e incerteza para milhões de pessoas que de alguma forma directa ou indirecta são afectadas pelas novas políticas.   

E agora pergunto eu...

E esse caos dos cancelamentos de ajuda internacional americana, estendeu-se esta semana ao Corredor do Lobito que viu noticiada pela Bloomberg a suspensão de investimento americano que o presidente angolano se andou a esfalfar - ou melhor dizendo andou a esfalfar os cofres públicos com o pagamento de lobistas que cumpriram o seu sonho de entrar na Casa Branca, e arrastaram o mais velho Biden para uma soneca em Angola - para conseguir. Não há almoços grátis e aqueles almoços custaram muitos milhões de dólares que teriam melhor serventia se aplicados em saneamento para evitar a cólera que continuou esta semana, vergonhosamente, a matar angolanos.

A USAID agência de desenvolvimento internacional americana que Trump fechou e que seria o veículo para perto de 30 milhões de dólares em financiamento americano para o Corredor do Lobito (uma gota num oceano de biliões) foi o primeiro aviso de que o financiamento americano ao projecto iria sofrer soluços, mas esta semana surgiram mais notícias de que o financiamento americano estaria congelado.

Ao Valor Económico, em exclusivo - que os profissionais desta casa continuam muito estoicamente em face da conjuntura socioeconómica do país continuam a trazer para os ouvintes da Rádio Essencial e leitores do Valor Económico - o CEO do consórcio responsável pela gestão do Corredor do Lobito assegurou que as medidas do presidente americano não afectam o financiamento de infraestruturas do projecto. Segundo Francisco Franca o consórcio “cumpre com padrões de exigência de instituições financeiras internacionais (...) e os investimentos têm sido feitos através de suprimentos dos accionistas.” O que por outras palavras se entende é que não devem faltar candidatos para entrar no negócio caso se coloque a necessidade de o fazer...

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Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico