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E agora pergunto eu...

24 Sep. 2025 Geralda Embaló Opinião

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde, já sabe, perguntar não ofende, depois de uma semana com a actualidade internacional marcada pelo supernatural. Na Zâmbia dois homens foram condenados a dois anos de prisão com trabalhos forçados, acusados de - nada mais nada menos - do que planearem matar o presidente da república, Hakainde Hichilema, com recurso a feitiço... sim leu correctamente querido leitor, condenados à pena de prisão de dois anos por planearem usar feitiçaria contra o mais alto mandatário da nação. Aí se o chefe aqui ouve isso... o líder da oposição poderá mesmo ter de se preparar para um processo de feitiçaria (para se juntar a um possível de pedofilia, bigamia ou de terrorismo que alegadamente andaram por aí nas forjas do mesmo sistema que tentou utilizar a sua nacionalidade dupla e o anulamento do congresso da UNITA como pretextos para o afastar).

E agora pergunto eu...

O caso do feitiço contra o presidente da Zâmbia está a ser motivo de chacota a nível da imprensa internacional, que certamente não se lembraria por exemplo de dar a mesma cobertura a assuntos puramente sociais ou económicos da Zâmbia, mas que se diverte com o insólito que embaraça os africanos a nível mundial.

Entre outros, a BBC deu cobertura, a agência de notícias internacional AFP deu cobertura, a peça de um dos mais reputados jornais ingleses, o The Guardian, é hilária e explica ainda que decorre outra saga de feitiçaria na Zâmbia, apesar do presidente zambiano afirmar que não acredita em feitiçaria, e essa saga tem uma não menos bizarra semelhança com o que se passou em Angola por altura das eleições passadas quando o ex-presidente JES morreu em Espanha, com o presidente zambiano a encetar uma batalha pelo corpo do seu antecessor semelhante à que vimos por aqui com o corpo de JES a ser praticamente sequestrado de Espanha à revelia de grande parte da família.

A família do ex-presidente Edgar Lungo, que morreu na África do Sul, está a lutar em tribunal para impedir que o corpo seja repatriado e que o funeral seja utilizado politicamente por Hichilema, dizem que Lungo não o queria no funeral, mas este insiste em lutar pelo corpo e, tal como aconteceu entre nós, já correm boatos de que Hichilema quer o corpo à força também para o usar em feitiçarias para se manter no poder.

Já diz o ditado: “não acredito em bruxas, mas que as há, há”...

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Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico