É para rir ou para chorar?
No ano passado, o ‘Dias Andados’ fez o exercício de contagem das viagens do Presidente da República. Isso foi em Setembro e já se contavam uma dúzia de deslocações do chefe de Estado. Este ano o mesmo exercício é feito mais cedo, mas já se contam a mesma dúzia de viagens nos primeiros seis meses de 2024. Em Janeiro, depois de ter regressado das polémicas férias a Seycheles, João Lourenço foi à RDC para a cerimonia de investidura de Felix Tshisekedi. Em Fevereiro fez uma visita oficial à República Checa, e à Etiópia para a 37ª Sessão Ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana. Já em Março fez uma visita oficial à China e no mesmo mês foi à Zâmbia para a Cimeira da Dupla Troika da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Em Abril foi a Portugal participar da comemoração dos 50 anos da revolução dos cravos, de seguida efectuou uma visita oficial de dois dias à Coreia do Sul e ainda no mesmo mês foi aos EUA para a Cimeira Empresarial Estados Unidos-África. Em Maio foi às Ilhas Comores à investidura do Presidente Azali Assoumani. Este mês já foi ao Botswana para uma visita de Estado e à Africa do Sul para investidura de Cyril Ramaphosa.
De acordo com o Club-k, em apenas sete das viagens realizadas no ano passado foram gastos mais de 44 milhões de dólares. Só na viagem a Portugal, este ano, terão sido gastos mais de 300 mil euros apenas com a acomodação da extensa comitiva que o acompanha a cada viagem, sem contar com a alimentação, aluguer de viaturas, telecomunicações, ajuda de custos e outros gastos. Tal como no ano passado continuamos sem saber ao certo quanto pesam estas dispensáveis viagens aos cofres públicos. Continuamos igualmente sem saber que benefícios trazem ao país estas constantes deslocações, senão apenas alguma satisfação pessoal de alguém que provavelmente sempre teve o sonho de ser um exímio explorador do mundo.
É, portanto, dado um cheque em branco ao PR, do qual se deleita e faz o uso ao seu bel-prazer. Mais uma prova disso são os créditos adicionais aprovados esta semana para a Assembleia Nacional, Casa Militar e Secretaria Geral do PR, que perfazem mais de 118 mil milhões de kwanzas.
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JLo do lado errado da história