Empresa chinesa constrói fábrica de reciclagem de resíduos em Luanda
RECICLAGEM. Infra-estrutura será erguida em Luanda para reaproveitar resíduos sólidos. A China Harbour Engineering Company (CHEC), empresa contratada, vai receber para a empreitada 195 milhões de dólares do Governo.
O Ministério do Ambiente vai contratar a empresa China Harbour Engineering Company (CHEC) para construir, em Luanda, uma fábrica de reciclagem de resíduos sólidos, num investimento público de 195 milhões de dólares.
De acordo com um despacho governamental ao qual a Lusa teve acesso, a reciclagem vai permitir gerar energia a partir daquela unidade, cabendo aos chineses da CHEC a sua construção e apetrechamento.
O documento, assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, com data de 11 de Julho e que autoriza o Ministério do Ambiente a avançar com o negócio, justifica o investimento ainda com a necessidade de se construir o aterro sanitário da cidade do Kilamba, e “simultaneamente responder à problemática da capacidade de tratamento dos resíduos produzidos diariamente na cidade de Luanda”.
O Ministério do Ambiente e a empresa CHEC assinaram também um memorando de trabalho referente à construção de aterros sanitários, no âmbito do plano estratégico de gestão de resíduos.
O Governo prevê a construção de aterros sanitários em todas as 18 capitais de província, até 2020, sete dos quais em fase de execução, informou, no ano passado, a ministra do Ambiente, Fátima Jardim.
A governante falava no final da reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros, que aprovou o Plano Estratégico para a concretização do Modelo de Aterros Sanitários no país.
“Não podemos continuar com as lixeiras”, enfatizou na altura a ministra do Ambiente.
De acordo com Fátima Jardim, já estão em curso os processos para a construção dos aterros em Cabinda, Huambo, Kuando-Kubango, Huíla, Malanje, Kwanza-Norte, além de Luanda, servindo esta última de modelo para o plano.
No total serão construídos 20 aterros sanitários em todo o país. No âmbito deste plano, cujo investimento não foi revelado, a população também será alvo de campanhas de sensibilização para a separação de resíduos e seu reaproveitamento, através de novas indústrias de reciclagem.
De igual forma será desenvolvido um modelo de actuação para as empresas que vão assegurar a recolha e tratamento de resíduos sólidos, através de contratos de concessão, à semelhança do que acontece em Luanda. “Isto é um repto que vamos ter até 2020, temos tempo para pensar positivo.
Mas temos, sobretudo, tempo para melhorar a prestação de serviços, a qualidade de vida das populações e também o desempenho institucional dos envolvidos na gestão dos resíduos urbanos”, apontou Fátima Jardim.
O modelo assenta em três aterros sanitários só em Luanda, província com 6,9 milhões de habitantes, e com a concessão da recolha a empresas públicas e privadas, adaptando-o para as restantes províncias.
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