RESULTADOS SÃO EXPRESSOS PELO VOLUME DE DIÓXIDO DE CARBONO PRODUZIDO

Enviar um ‘email’ ?prejudica o meio ambiente

POLUIÇÂO. Filmes em streaming, videojogos simples ‘emails’ são processos habituais, mas muito mais complexos do que parecem: contribuem para a poluição do ambiente.

 

A lguns investigadores debruçaram-se sobre este tema e decidiram medir a pegada de carbono de cada serviço, ou seja, a quantidade de gases produzidos para suportar cada actividade, desde o ‘email’ ao streaming (de música e vídeo). Normalmente, estes resultados são expressos através do volume de dióxido de carbono (CO2) que é produzido.

Segundo o jornal ‘The Washington Post’, os níveis emitidos vão depender sempre da empresa que fornece a energia a cada casa, os serviços utilizados no dia-a-dia e o tipo de energia que cada pessoa utiliza – solar, eólica, etc.

O PESO DE UM ‘EMAIL’

Qualquer utilizador sabe que o ‘email’ indesejado (spam) é, desde há muito, um flagelo. Só em 2016, mais de 60% das mensagens que circularam pelo mundo foram ‘spam’. Cada uma destas mensagens equivale a 0,3 gramas (g) em emissões de dióxido de carbono (CO2e), segundo Mike Berners-Lee, especialista no assunto e autor do livro ‘How Bad are Bananas: The Carbon Footprint of Everything’.

Um ‘email’ normal tem uma pegada de 4g de CO2e, isto já incluindo a energia gasta pelos centros de informação e os computadores utilizados para enviar, filtrar e ler o ‘email’. No caso de se tratar de um ‘email’ com algum texto e anexos, a pegada de carbono pode chegar aos 50g de CO2e – para facilitar a comparação, uma lâmpada de 60W produz, por hora, 39g de CO2e.

Segundo Berners-Lee, em grande escala, os centros de informação contavam com cerca de 137Kg de CO2e em 2010. O especialista calcula que, em 2020, o valor seja de 250 a 340 milhões de toneladas de CO2e.

LIVRO É MAIS ECOLÓGICO

Uma avaliação da Geenpeace atribui apenas um D (no sistema americano de avaliações corresponde a uma nota baixa) ao relatório anual das práticas ambientais da Netflix. Isto aconteceu porque a empresa não encorajava, de todo, os fornecedores de conteúdo online a adoptarem uma fonte de energia mais limpa. Também os serviços web oferecidos pela Amazon receberam apenas um C por parte da Greenpeace.

A Netflix dizia, em 2014, que o típico consumidor tinha uma pegada de carbono de apenas 300g por ano – um valor inclui apenas a energia gasta a entregar o serviço ao consumidor final. No entanto, em 2015, a Wired informou que a Netflix estaria mais verde do que podia ser imaginável. Segundo declarações da empresa de streaming, “um utilizador que trocasse a televisão pelos livros iria consumir cerca de 24 livros num ano, o que acabava por criar uma pegada de, mais ou menos, 65Kg de CO2e – 200 vezes mais do que os servidores de streaming da Netflix”.

O cenário parece positivo devido ao tipo de serviço prestado, mas são dados estatísticos aplicados a uma só pessoa. A Netflix conta, actualmente, com cerca de 93 milhões de utilizadores em todo o mundo, o que, provavelmente, acaba por ter um impacto maior do que ler livros (em papel). Claro que em tudo influencia qual é o tipo de televisão ou plataforma utilizado para assistir ao conteúdo da Netflix, no entanto, esses valores não são associados à empresa de streaming. Uma coisa que influencia muito este tópico é a televisão que cada pessoa utiliza. Depende da marca, dos níveis energéticos, do tamanho, das funcionalidades, da idade, do tipo de visor que possui e por aí adiante.

Segundo o especialista Mike Berners-Lee, uma hora a ver televisão num modelo mais antigo (as televisões grandes e antigas de raios catódicos, que existiram antes dos LCD) de 32 polegadas produz cerca de 84g de CO2e. Já um LCD de 15 polegadas produz 37g e um plasma de 42 polegadas consegue ter o pior resultado, produzindo 240g/h de CO2e.