POR NÃO HAVER PRODUTORES DE GINDUNGO

Falhado negócio de seis milhões de dólares por semana

EXPORTAÇÃO. Empresários chineses querem adquirir 30 toneladas do produto todas as semanas. Mas não encontram angolanos dispostos a produzir. Marrocos é o maior exportador africano e o México, o líder mundial.

 

Falhado negócio de seis milhões de dólares por semana

A Câmara de Comércio Angola/China (CAC) não conseguiu captar produtores com capacidade para assegurar um contrato de exportação semanal de 30 toneladas de gindungo, que poderia render seis milhões de dólares.

A CAC recebeu uma proposta de empresários chineses, mas não obteve resposta. O presidente da organismo, Arnaldo Calado, garante que a CAC está disposta a prestar apoio e incentivo a quem tenha condições para a produção em grandes quantidades de gindungo, revelando, durante a conferência de cooperação económica, comercial e cultural entre Quingdao e Angola, na semana passada, que existem potenciais interessados. “Comecei a receber informações de que há empresários interessados nesta produção, só não sei se aqueles chineses já não procuraram outros mercados, mas vamos fazer tudo o que for possível para incentivar a exportação.”

Segundo dados mais recentes da Global Trade Platform, Marrocos é o maior exportador africano e o sexto do mundo. Em 2016, vendeu cerca 221,6 milhões de dólares. O Egipto é o segundo maior exportador do continente e o 28.º do mundo com receitas avaliadas em 15,7 milhões de dólares. O México é o líder mundial com receitas avaliadas em cerca de 1,7 mil milhões de dólares.

França, Reino Unido e Espanha são os principais países importadores de pimenta malagueta, comprada fora da Europa. A França é a mais significativa, importando mais de 12 mil toneladas de Marrocos. O Reino Unido é um importante comprador de pimentas originárias da Índia, Uganda, Paquistão e Quénia.

A China, 12.º maior exportador mundial, tem aumentado a sua produção, registando-se um crescimento de 10,20% nos últimos três anos. O preço global médio do gindungo ronda os 1,75 dólares por quilo.

ACORDO PARA LÍNGUAS

À margem da conferência de cooperação, realizada em Luanda, empresários angolanos e chineses assinaram um acordo de capacitação que visa, entre outros, a formação de angolanos no domínio do mandarim, aspectos da cultura chinesa e modos de negociação. Aos chineses, serão ministradas aulas de língua portuguesa e sobre a legislação angolana.

Da conferência participaram vários empresários e investidores chineses vindos de Quingdao e que manifestaram o interesse de investir em domínios, como a as pescas, energia, agricultura, comunicação social, telecomunicações, entre outros.

Sete empresas de Qingdao já operam em Angola, com investimentos avaliados em cerca de 21 milhões de dólares, aplicados na construção civil, instalação eléctrica, comércio e novas tecnologias, segundo o vice-director da Cultura e Administração Municipal de Qingdao.