CABO LIGA ÁFRICA ÀS AMÉRICAS A PARTIR DE ANGOLA

Fibra óptica a quase 50% pronto

TELECOMUNIÇÕES. O projecto entrou numa primeira fase que vai ligar, por cabo submarino, Angola ao Brasil. Depois, segue para os EUA. São mais de 6.200 quilómetros de rede que vai custar mais de 300 milhões de dólares.

O sistema de cabos de fibra óptica que vai ligar Angola e África ao continente sul americano (SACS) está a 46% de conclusão, informa a multinacional angolana que desenvolve o projecto, Angola Cables.

O projecto assinalou um marco importante na instalação com a finalização do estudo preliminar de levantamento e inspecção no percurso a ser feito pelo SACS, terminado em Luanda a 11 de Fevereiro.

O Survey – o estudo do percurso do cabo – é das principais etapas para a produção de informações que definem a rota e o tipo de revestimento do cabo, reduzindo, deste modo, o risco de ruptura do mesmo na interacção com as rochas do mar.

Este estudo foi efectuado por um navio especializado pertencente à companhia Gardline Brasil denomindo Ocean Endeavour, durou mais de um mês e meio e exigiu a participação de cerca de 50 técnicos na embarcação. Actualmente, encontra-se atracado na base da Sonils, em Luanda, a aguardar pela troca da tripulação.

Clementino Fernando, técnico da Angola Cables, considera este processo por fases das “mais importantes” porque a informação resultante do estudo “vai permitir que o fornecedor acabe de fabricar o cabo com o revestimento mais apropriado, de acordo as caractéristicas do terreno, além de definir as características dos repetidores e terminar o desenho final de potência”.

Estendendo-se por mais de 6.200 quilómetros de rede no Atlântico Sul, o SACS vai ‘conectar’ Luanda à cidade brasileira de Fortaleza, ligando directamente o continente africano à América Latina pela primeira vez, tornando possível as transmissões internacionais de dados em grandes volumes e à alta velocidade entre estes dois pontos do globo.

A partir de Fortaleza, o SACS será ‘conectado’ a outro sistema de cabo, o Monet, que segue para Miami, na Florida, ligando directamente Angola e África aos Estados Unidos da América. Os dois sistemas estão a ser desenvolvidos pela Angola Cables e estão orçados em mais de 300 milhões de dólares.

O SACS incorpora tecnologia óptica de ponta capaz de disponibilizar o mais avançado sistema de telecomunicações submarino, em conjunto com um sistema de controlo baseado no conceito inovador de (SDN), uma solução tecnológica usada para responder às aplicações que necessitem de largura de banda intensa. O Cabo Sumarino terá uma capacidade inicial de 40Tpbs (100Gbps x 100 wavelengths x 4 fiber pairs).

Para o CEO da Angola Cables, António Nunes, o principal objectivo da companhia é “melhorar a qualidade da comunicação” entre África e as Américas, criando uma rota nova no hemisfério sul, para atender a demanda do tráfego e às crescentes necessidades de troca de dados da região, tanto actuais, como futuras, disse.

A Angola Cables é uma empresa criada em 2009 por cinco dos principais operadores de telecomunicações de Angola. A principal actividade da empresa é a gestão das comunicações internacionais entre Angola e o resto do Mundo, através de cabos submarinos de fibra óptica.